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Índices futuros dos EUA sobem após Trump dizer que não vai demitir Powell

O destaque da agenda norte-americana desta quarta-feira (23) é a divulgação do Livro Bege do Fed, que servirá de base para a próxima reunião de política monetária
23/04/2025 | 08h32
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Os índices futuros de Nova York seguem em trajetória positiva, nesta manhã de quarta-feira (23), depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, jogou panos quentes na recente peleja pública iniciada contra o presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), Jerome Powell, eleito novo bode expiatório do republicano.

Na terça-feira (22), Trump disse que “não tem intenção” de demitir o presidente do Fed, aliviando os temores de que a independência do banco central esteja ameaçada.

Embora tenha dito, sim, que demitiria Powell se ele não baixasse as taxas de juros, o republicano disse ontem a jornalistas, em entrevista no Salão Oval da Casa Branca, que “nunca teve” a intenção de destituir Powell, embora tenha reiterado seu desejo de que o presidente do Fed corte as taxas de juros. “Eu gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em relação à sua ideia de reduzir as taxas de juros”, disse o presidente. “Este é o momento perfeito para baixar as taxas de juros”, completou.

Enquanto monitoram os sinais emitidos por Trump, os agentes acompanham hoje as divulgações dos índices PMI de abril para os setores industrial e de serviços e o Livro Bege do Fed, que servirá de base para a próxima reunião de política monetária, será divulgado às 15h.

No Brasil, o Banco Central publicará o fluxo cambial semanal, permitindo avaliar o comportamento das entradas e saídas de moeda estrangeira no país.​

Na temporada de balanços do primeiro trimestre de 2025, são aguardados os dados da Hypera.

Brasil

O Ibovespa (IBOV) terminou o pregão de terça-feira (22) com alta de 0,63%, aos 130.464,38 pontos, um ganho de 814,35 pontos, após iniciar o dia em queda com a aversão ao risco nos mercados globais.

Na segunda-feira (21), o Ibovespa escapou dos efeitos do tombo generalizado das bolsas de Nova York, quando a Bolsa brasileira permaneceu fechada devido ao feriado de Tiradentes.

Além de ter acompanhado a recuperação do mercado externo, o Ibovespa foi ajudado pela Vale (VALE3), que subiu 1,78%; e os bancos, que também terminaram o dia com avanço, exceto o Bradesco (BBDC4), que terminou o pregão com -0,39%.

Já o dólar à vista fechou o dia em baixa de 1,37%, aos R$ 5,72, menor cotação desde 4 de abril, quando encerrou em R$ 5,6651. No mês, no entanto, a divisa ainda acumula elevação de 0,36%.

Europa

As bolsas europeias também operam no campo positivo, com a recuperação do otimismo global em meio à redução das preocupações com uma guerra comercial entre os EUA e a China.

Das notícias da região, a gigante alemã de software SAP registrou um aumento de 58% no lucro operacional anual em moeda constante no primeiro trimestre de 2025, com aumento de 11% na receita. Os resultados da empresa superaram as expectativas.

STOXX 600: +1,82%
DAX (Alemanha): +2,63%
FTSE 100 (Reino Unido): +1,54%
CAC 40 (França): +2,10%
FTSE MIB (Itália): +1,21%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem, mantendo o movimento da véspera. No campo corporativo, a Tesla divulgou seus resultados trimestrais após o fechamento do mercado na terça-feira. Embora a fabricante de veículos elétricos não tenha superado as estimativas de Wall Street, as ações da empresa subiram depois que o CEO Elon Musk anunciou que reduziria “significativamente” o tempo dedicado à DOGE (Departamento de Eficiência Governamental) do governo de Donald Trump a partir de maio, por considerar que o trabalho realizado até agora está “quase concluído”.

Nesta quarta-feira, saem os dados corporativos de empresas como Boeing, Chipotle, IBM e AT&T.

Dow Jones Futuro: +1,57%
S&P 500 Futuro: +2,01%
Nasdaq Futuro: +2,36%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria, devido ao otimismo de que as tensões comerciais entre EUA e China poderiam diminuir.

Na terça-feira (22), Trump disse que as tarifas finais sobre as exportações chinesas para os EUA ” não chegarão nem perto de 145% ”. No entanto, ele acrescentou que as taxas “não serão de 0%”.

Shanghai SE (China), -0,10%
Nikkei (Japão): +1,89%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,37%
Kospi (Coreia do Sul): +1,57%
ASX 200 (Austrália): +1,33%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem, ampliando os ganhos do dia anterior, enquanto os investidores avaliavam uma nova rodada de sanções ao Irã, uma queda nos estoques de petróleo bruto dos EUA e um tom mais suave de Donald Trump em relação ao Fed.

Petróleo WTI, +1,30%, a US$ 64,50 o barril
Petróleo Brent, +1,23%, a US$ 68,27 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, serão divulgados o PMI da indústria e dos serviços de abril, as novas moradias de março e o Livro Bege do Fed (Federal Reserve).

Por aqui, no Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou na terça-feira (22) que a depreciação do real pressiona a inflação de alimentos, devido à forte correlação entre o câmbio e o custo de produção rural. Segundo ele, uma desvalorização de 10% no real eleva em 1,4 ponto a inflação dos alimentos. Em março, o IPCA subiu 0,56%, com alimentos e bebidas respondendo por 45% do índice. Galípolo também alertou para os efeitos da guerra comercial dos EUA. O cenário, segundo ele, é de incerteza e exige reformas estruturais.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

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