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Índices futuros e bolsas mundiais operam em baixa após dados mostrarem inflação ao produtor e mercado de trabalho aquecidos nos EUA

O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) do país subiu 0,7% em janeiro, segundo dados dessazonalizados e divulgados ontem (16), enquanto o consenso Refinitiv projetava alta de 0,4%
17/02/2023 | 11h35

Os índices futuros dos EUA e as bolsas mundiais estão no negativo nesta manhã de sexta-feira (17), com o aumento das preocupações de investidores com o futuro da maior economia do mundo, depois da divulgação da inflação ao produtor vir acima do esperado e do número de pedidos de seguro-desemprego também demonstrarem que a economia norte-americana continua aquecida, a despeito da política monetária do Fed (Federal Reserve) para controlar os índices inflacionários.

Também repercutiu no mercado a fala do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que ontem comentou ter apoiado um aumento de 0,50 ponto percentual (o reajuste foi de 0,25 p.p.) na taxa de juros na reunião anterior do Fed e não descarta um aumento dessa magnitude na próxima reunião do Fed.

O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,7% em janeiro, segundo dados dessazonalizados e divulgados ontem (16), enquanto o consenso Refinitiv projetava alta de 0,4%. Na base anual não ajustada, o índice de demanda final aumentou 6,0% nos 12 meses encerrados em janeiro, ante a previsão de 4,9% no ano do Refinitiv.

Por sua vez, os pedidos de seguro-desemprego caíram a 194 mil na semana, abaixo da expectativa de 200 mil.

Tudo isso junto e misturado sinalizam que, muito provavelmente, o início do ciclo de redução dos juros dos EUA pode ser postergado para além do que imaginava o Fed, uma vez que os esforços feitos até então tem dado demonstrações de resiliência da maior economia do mundo.

Brasil

O Ibovespa fechou a sessão de quinta-feira (16) em alta, com investidores de olho na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e repercutindo dados econômicos dos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira saltou 0,31%, aos 109.941 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, todas as atenções do dia ficaram por conta da primeira reunião do CMN no novo governo, em meio as especulações sobre uma possível elevação das atuais metas de inflação, depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar a meta atual.

Nas negociações do dia, o dólar fechou em queda de 0,16%, cotado a R$ 5,211 na compra e a R$ 5,212 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no vermelho hoje, com investidores digerindo os dados da inflação ao produtor dos EUA e do Reino Unido, além de resultados corporativos. O banco alemão Allianz obteve lucro líquido de 2,007 bilhões de euros (US$ 2,13 bilhões) no trimestre encerrado em dezembro, ante um prejuízo de 292 milhões de euros no ano anterior.

A Air France-KLM divulgou lucro líquido de 496 milhões de euros no quarto trimestre de 2022, revertendo prejuízo de 126 milhões de euros apurado no mesmo período de 2021.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,53%
DAX (Alemanha), -1,25%
CAC 40 (França), -1,15%
FTSE MIB (Itália), -1,03%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com baixa nesta manhã de sexta-feira, com investidores repercutindo os dados econômicos dos EUA e aguardando mais falas de membros do Fed.

Para hoje, é aguardado o discurso do presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, que falará sobre o mercado de trabalho nesta manhã. A governadora do Fed, Michelle Bowman, participará de uma discussão na conferência de crédito da Tennessee Bankers Association.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,55%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,75%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,97%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com baixa na sessão de hoje, como reflexo dos dados econômicos dos EUA mais fortes que o previsto da véspera.

Das notícias da região, o Ministério das Finanças da Coreia do Sul projeta crescimento econômico de 1,6% para o país em 2023, abaixo, portanto, dos 2,6% de 2022 devido ao cenário externo. O déficit comercial da Coreia do Sul em janeiro atingiu um recorde de US$ 12,69 bilhões, marcando o 11º mês consecutivo de perdas. Os preços ao consumidor subiram 5,2% em janeiro na base anual.

Shanghai SE (China), -0,77%
Nikkei (Japão), -0,66%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,28%
Kospi (Coreia do Sul), -0,98%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa na sessão de hoje, uma vez que dados econômicos fortes dos EUA aumentaram a preocupação de que o Fed continuará com sua política monetária rígida para combater a inflação, o que pode afetar a demanda por combustível mesmo com o crescimento dos estoques de petróleo.

Petróleo WTI, -1,83%, a US$ 77,05 o barril
Petróleo Brent, -1,68%, a US$ 83,71 o barril

Agenda

Agenda internacional esvaziada hoje. Nos EUA, são aguardados apenas novas falas de membros do Fed (Federal Reserve).

Por aqui, no Brasil, a agenda econômica segue esvaziada. A Bolsa brasileira só reabrirá às 13h da Quarta-Feira de Cinzas. Na seara política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a sinalizar ontem que pode discutir a autonomia do Banco Central, aprovada em outubro de 2021, caso as ações da autoridade monetária não contribuam para melhorar a economia. “Isso nunca foi, para mim, uma questão de princípio. O que eu quero saber é o resultado. Um Banco Central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo. Mas se não melhorar, nós temos que mudar”, disse Lula em entrevista à CNN Brasil.

Redação ICL Economia
Com informações das agências e Infomoney

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