ICL Notícias
Economia

Índices futuros dos EUA recuam após fala de Trump sobre juros e petróleo

IPCA-15 é destaque no Brasil. Expectativa de analistas é de desaceleração
24/01/2025 | 07h51

Parece que o caso de amor momentâneo do mercado financeiro com o presidente recém-empossado dos Estados Unidos, Donald Trump, vai se esvaindo com o passar dos dias. Nesta manhã de sexta-feira (24), os índices futuros dos EUA operam com baixa, depois que o S&P 500 atingiu uma máxima recorde de fechamento na véspera.

Na quinta-feira (23), em entrevista à Fox News, Trump defendeu a redução das taxas de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) e os preços do petróleo. “Com a queda dos preços do petróleo, exigirei que a taxa de juros caia imediatamente e, da mesma forma, elas deveriam estar caindo em todo o mundo”, disse Trump. Fala semelhante foi feita por ele também em participação virtual no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

O republicano também disse que preferiria não ter que usar tarifas contra a segunda maior economia do mundo, neste caso, a China.

Sobre as taxas de juros, vale lembrar que as expectativas do mercado é que os cortes passem a acontecer a partir de junho.

Apesar de iniciarem em queda hoje, os principais índices estão prestes a registrar sua segunda semana consecutiva de alta. O Dow Jones subiu 2,5%, o S&P 500 avançou 2%, e o Nasdaq Composite registrou alta de cerca de 2,2% na semana.

Na Ásia, o BOJ (Banco do Japão) elevou as taxas de juros pela primeira vez desde julho. Durante a coletiva de imprensa do governador Kazuo Ueda, a moeda japonesa chegou a romper brevemente o nível crítico de 155 ienes por dólar, mas recuou em seguida, à medida que os traders avaliavam suas declarações.

Por aqui, o destaque de hoje será a divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços Amplo ao Consumidor (IPCA-15). A expectativa de analistas para a inflação é de desaceleração no ritmo visto nas últimas divulgações. Há alguns que falam até mesmo em “deflação incomum”.

Além do IPCA-15, são aguardados os dados da Confiança do Consumidor FGV de janeiro; transações correntes e investimento estrangeiro direto.

Brasil

Ibovespa emplacou a segunda queda consecutiva, nesta quinta-feira (23), com baixa de 0,40%, aos 122.483,32 pontos, perda de 488,45 pontos. Mais uma vez, o dólar foi no caminho inverso, com queda de 0,35%, cotado a R$ 5,92. Na mínima intradia, a divisa norte-americana chegou a cair expressivos 1,21%, a R$ 5,88.

Assim como tem ocorrido desde a posse de Donald Trump, na segunda-feira (20), os mercados têm repercutido as falas e recuos do presidente dos Estados Unidos, principalmente no que se refere às medidas tarifárias que podem afetar países, incluindo o Brasil.

Europa

As bolsas europeias operam em trajetória positiva, enquanto os investidores digerem os comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre taxas de juros e preços dos petróleo mais baixos.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,14%
DAX (Alemanha): +0,35%
CAC 40 (França): +0,90%
FTSE MIB (Itália): +0,54%
STOXX 600: +0,40%

Estados Unidos

Os índices futuros dos Estados Unidos recuam, nesta sexta-feira, enquanto os investidores aguardam mais dados corporativos e digerem as falas de Donald Trump sobre tarifas, petróleo e juros. Na semana que vem, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) realiza a sua primeira reunião do ano. Não é esperada pelo mercado nenhuma alteração nos juros.

Dow Jones Futuro: -0,02%
S&P 500 Futuro: -0,08%
Nasdaq Futuro: -0,18%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente com alta, acompanhando os ganhos em Wall Street, depois que Trump pediu taxas de juros mais baixas e preços de petróleo mais baratos.

Por lá, o iene voltou a subir frente ao dólar depois que o Banco do Japão elevou as taxas de juros pela primeira vez desde julho passado.

O banco central indicou uma expectativa de inflação mais acelerada nos próximos anos em comparação com suas projeções anteriores. Além disso, o BOJ afirmou que, caso essa perspectiva se confirme, continuará ajustando a taxa de política monetária para cima.

Shanghai SE (China), +0,70%
Nikkei (Japão): -0,07%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,86%
Kospi (Coreia do Sul): +0,85%
ASX 200 (Austrália): +0,36%

Petróleo

Os preços do petróleo operam perto da estabilidade, um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionar a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e sua líder de fato, a Arábia Saudita, a baixar os preços em um amplo esforço para aumentar a produção de petróleo bruto.

Petróleo WTI, -0,11%, a US$ 74,54 o barril
Petróleo Brent, -0,11%, a US$ 78,20 o barril

Agenda

Saem hoje o S&P Global: Índice PMI Composto dos EUA e zona do euro.

Por aqui, no Brasil, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) disponibilizou, na quinta-feira (23), mais R$ 4,8 bilhões em recursos para operações de crédito rural no âmbito de programas do Plano Safra 2024-2025. Deste montante, R$ 2,7 bilhões serão destinados às linhas voltadas para agricultura empresarial e R$ 2,1 bilhão para agricultura familiar.

*Com informações do InfoMoney e Bloomberg

Relacionados

Mais Lidas

Assine nosso boletim econômico
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.