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O mercado de trabalho brasileiro registrou um recorde de pessoas de empregadas no segundo trimestre deste ano, o que fez com que o país tivesse a menor taxa de desemprego em uma década para o período. Também contribuíram para esse resultado positivo as quedas do subemprego e do total de profissionais que desistiram de procurar por trabalho.

No fim do mês passado, o IBGE divulgou os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), os quais mostram que 6,9% da população nacional procurou por uma vaga no mercado de trabalho e não encontrou entre abril e junho. A taxa é a mais baixa para o segundo trimestre desde 2014.

São 101,8 milhões de pessoas no mercado de trabalho, a maior de toda a série. O resultado ocorre com o salto do número de funcionários do setor privado (52,2 milhões). Também cresceu o volume de trabalhadores com carteira assinada (38,4 milhões) e de informais (13,8 milhões).

Mercado de trabalho: 7,54 milhões procuram por trabalho

Um dos aspectos que contribuiu para a redução da taxa de desemprego foi a redução no número de profissionais que procuram, sem sucesso, por uma colocação. O novo total é menor desde fevereiro de 2015 e traz uma queda de 12,8% (menos 1,1 milhão) na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

Para especialistas, os dados apontados na Pnad Contínua refletem o bom momento do mercado de trabalho brasileiro.

Ainda assim, a melhora é desigual entre as regiões brasileiras. Regiões como Norte e Nordeste mostram um nível de desemprego maior. O recorte da pesquisa por região será divulgado pelo IBGE no próximo dia 15.

Na avaliação de especialistas, o Brasil precisa reduzir o número de desalentados para atingir o pleno emprego. ou seja, aquelas pessoas que deixaram de procurar trabalho por não terem condições ou não acharem mais possível, os que estão subutilizados, que trabalham menos horas do que gostariam, e os trabalhadores por conta própria.

Segundo a pesquisa, entre os mais de 176 milhões de brasileiros em idade de trabalhar, 74,25 milhões (42,2%) não fazem parte da cadeia produtiva. Em queda, o número é a soma entre os 7,54 milhões de desocupados (aqueles que buscam por emprego) e 66,7 milhões classificados como fora da força de trabalho. Esse valor, porém, está 0,5% abaixo do apurado há um ano (67,05 milhões).

Trabalham menos do que queriam

A pesquisa também mostra que mais de 5 milhões trabalham menos que queriam. A chamada subocupação por insuficiência de horas trabalhadas manteve estabilidade ante o segundo trimestre do ano passado. O número chegou a 7,7 milhões no terceiro trimestre de 2021, período marcado pelo arrefecimento da pandemia.

O país tem ainda uma força de trabalho potencial de 6,4 milhões de pessoas. Esse número é referente àqueles que não estavam ocupados nem desocupados, mas possuíam um potencial de se transformar em força de trabalho. A avaliação considera a necessidade de cuidar dos afazeres domésticos, estudar, problemas de saúde, idade ou o simples fato de não querer trabalhar.

Além disso, a taxa de subutilização está em 16,4%. Nesse grupo, estão as pessoas fora da força de trabalho, os desocupados, aqueles que trabalham menos do que desejavam ou aquelas pessoas que não atuam na área desejada ou aceitam qualquer tipo de ocupação apenas pelo dinheiro. Há um ano, o nível era estimado em 17,8%.

O subempregado é quem tem uma profissão, mas não consegue exercê-la e, por isso, acaba buscando outra ocupação, como fazer faxina.

Desalento recua

Outro dado mostrado pelo IBGE é que mais de 3 milhões abriram mão de buscar colocação. O desalento também recuou no trimestre encerrado em junho, ou seja, a desistência das pessoas por buscar um vaga de emprego. A estimativa para o indicador que ilustra a desistência da procura por emprego caiu 11,5% no último ano, de 3,66 milhões para 3,2 milhões.

Esse contingente representa 2,9% da força de trabalho. A taxa corresponde a uma variação negativa de 0,3 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre (3,2%) e 0,4 ponto percentual ante o intervalo entre abril a junho de 2023 (3,3%).

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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