Os mercados mundiais operam no campo negativo, nesta manhã de segunda-feira (13), com os investidores se preparando para uma semana repleta de dados, principalmente nos Estados Unidos, incluindo a inflação ao consumidor de dezembro e lucros de grandes bancos. O indicador de inflação será divulgado na quarta-feira (15).
Depois de o payroll, na sexta-feira (10), que mostrou um mercado de trabalho mais forte que o esperado, a inflação será acompanhada com atenção pelos agentes do mercado, pois ambos os dados são importantes para balizar as apostas a respeito da próxima decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) sobre os juros. A reunião da autoridade monetária acontece nos dias 28 e 29 de janeiro.
No campo corporativo, os investidores estarão atentos ao início da temporada de resultados do quarto trimestre, com destaque para os relatórios de grandes bancos como Citigroup, Goldman Sachs e JPMorgan Chase, que divulgarão seus números também na quarta-feira. Na quinta-feira (16), será a vez de Morgan Stanley e Bank of America apresentarem seus resultados.
Por aqui, em dia de agenda esvaziada, o foco será a divulgação do segundo Boletim Focus do Banco Central de 2025.
O documento vem logo após a divulgação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que apontou uma inflação de 4,83% para 2024, acima do teto da meta de 4,5%. A alta de 0,52% em dezembro consolidou a aceleração nos preços de bens e serviços ao longo do ano, sendo a oitava vez desde 1999 que o Brasil não cumpre a meta de inflação estabelecida pelo Banco Central.
Brasil
Não teve jeito para o mercado acionário brasileiro na sexta-feira (10). O Ibovespa acabou fechando com queda de 0,77%, aos 118.856,48 pontos, uma baixa de 924,08 pontos, depois da inflação acima da meta por aqui e dos dados fortes de emprego nos Estados Unidos.
Porém, no acumulado da semana, a primeira cheia de 2025, o principal indicador da Bolsa brasileira fechou no campo positivo, com alta de 0,27%, interrompendo uma série de quatro semanas no vermelho.
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), fechou 2024 com alta de 4,83%, puxada principalmente pelos alimentos. Assim, o indicador voltou a estourar o teto da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 4,5%. Em dezembro, a inflação avançou 0,52%, depois de ter subido 0,39% em novembro.
O dólar avançou hoje com alta de 0,99%, a 6,10.
Europa
As bolsas europeias operam em baixa, com investidores de olho nos rendimentos dos títulos do governo da zona do euro e do Reino Unido esta semana, depois que os rendimentos atingiram novas máximas de vários meses na semana passada.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,33%
DAX (Alemanha): -0,36%
CAC 40 (França): -0,39%
FTSE MIB (Itália): -0,35%
STOXX 600: -0,54%
Estados Unidos
Os índices futuros começam a semana em baixa, após um relatório de empregos (payroll) mais robusto do que o esperado na semana passada. Agora, os agentes aguardam a divulgação da inflação ao consumidor na quarta-feira (15), outro dado importante antes da reunião do Fed no fim do mês.
Atualmente, os traders projetam mais de 97% de chances de que o banco central deixe as taxas inalteradas na reunião de 29 de janeiro, e quase 75% de chance de que o Fed mantenha a taxa novamente em março, de acordo com a ferramenta CME FedWatch.
Dow Jones Futuro: -0,20%
S&P 500 Futuro: -0,48%
Nasdaq Futuro: -0,69%
Ásia
As bolsas asiáticas também fecharam no vermelho, acompanhando o sentimento de Wall Street na sexta-feira (10), depois que o relatório de empregos dos EUA veio mais forte que o esperado.
Das notícias da região, as exportações e importações da China em dezembro superaram as expectativas por uma margem significativa. As exportações registraram um aumento de 10,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, ultrapassando a previsão de crescimento de analistas. As importações, por sua vez, surpreenderam ao apresentar um crescimento de 1% em dezembro, contrariando a estimativa de queda de 1,5% prevista pela agência.
Shanghai SE (China), -0,25%
Nikkei (Japão): fechado por feriado
Hang Seng Index (Hong Kong): -1,00%
Kospi (Coreia do Sul): -1,04%
ASX 200 (Austrália): -1,23%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em alta, com o Brent chegando a ultrapassar a marca de US$ 81 o barril, seu nível mais alto em mais de quatro meses, com expectativas de novas sanções dos EUA para cortar fornecimento russo.
Petróleo WTI, +1,74%, a US$ 77,90 o barril
Petróleo Brent, +1,54%, a US$ 80,99 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos saem o Índice de Tendência de Emprego de dezembro, as Expectativas de Inflação ao Consumidor, também de dezembro, e o Balanço Orçamentário Federal do mês anterior.
Por aqui, no Brasil, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, indicou que o governo deve implementar novas medidas fiscais ainda este ano, o que pode aliviar as frustrações dos investidores em relação ao pacote inicial de ajuste de gastos, considerado tímido. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Segundo Durigan, que é o principal auxiliar de Fernando Haddad, as novas propostas de cortes de despesas e aumento de arrecadação devem começar a ser discutidas após a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso. Ele destacou que a equipe econômica pretende retomar a pauta de limites aos “supersalários” — pagamentos que excedem o teto constitucional — com o objetivo de concentrar os ajustes no “andar de cima”. Durigan também descartou qualquer relação significativa entre as políticas fiscais e a inflação registrada no ano passado.
*Com informações do InfoMoney e Bloomberg
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