O Conselho de Administração da Petrobras aprovou ontem à noite (21) o pagamento de dividendos extraordinários no valor de R$ 20 bilhões. O valor equivale a R$ 1,55174293 por ação ordinária e preferencial em circulação, segundo fato relevante divulgado ao mercado.
Para os detentores de ações da Petrobras negociadas na B3, a Bolsa brasileira, o pagamento da parcela única será feito no dia 23 de dezembro deste ano. Por sua vez, os que possuem ADRs (papéis negociados na bolsa dos EUA) receberão o pagamento a partir de 3 de janeiro de 2025.
A Petrobras tem um total de 13.044.496.930 ações, sendo que a maior parcela (3.740.470.811, ou 28,67%) pertence ao governo federal. Com isso, dos R$ 20 bilhões pagos, R$ 5,734 bilhões serão destinados aos cofres públicos.
Do total anunciado, R$ 15,6 bilhões foram aprovados como dividendos intermediários, com base na reserva de remuneração do capital, e R$ 4,4 bilhões como dividendos intercalares.
No início do mês, a Petrobras divulgou que obteve lucro líquido de R$ 32,555 bilhões no terceiro trimestre deste ano (julho a setembro), alta de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a petroleira reportou lucro de R$ 26,625 bilhões.
Com o resultado, a empresa reverteu o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado no segundo trimestre, ligado à concentração contábil do pagamento de R$ 11,9 bilhões relativos ao acordo com o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) para quitação de dívidas fiscais relacionadas ao pagamento de afretamento de embarcações.
No acumulado do ano, o lucro da Petrobras chegou a R$ 53,650 bilhões, ante R$ 93,563 bilhões do mesmo período do ano passada. A queda anual é fruto do acordo com o Carf.
A empresa informou que os valores serão contemplados na proposta de remuneração aos acionistas do exercício de 2024, a ser aprovada na Assembleia Geral Ordinária do próximo ano.
Anúncio da Petrobras põe fim à novela dos dividendos extraordinários
Em comunicado, a petroleira diz que “a distribuição proposta está alinhada à política de remuneração aos acionistas vigente, que prevê que a Petrobras poderá realizar a distribuição de remuneração extraordinária aos acionistas, desde que a sustentabilidade financeira da companhia seja preservada”.
O pagamento de dividendos extraordinários originou uma forte crise na gestão do antigo presidente da estatal, Jean Paul Prates, que acabou demitido por divergência com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Os atritos entre ambos aumentaram em março deste ano, quando o conselho da empresa decidiu não pagar esses dividendos. Prates defendia distribuir metade do valor e reter a outra metade.
A questão do dividendos extraordinários foi a gota d’água que levou à demissão dele em maio deste. Para o seu lugar, foi escolhida a engenheira e servidora de carreira da estatal, Magda Chambriard.
Os R$ 20 bilhões anunciados ficaram um pouco abaixo do que os analistas esperavam.
Na segunda-feira passada (18), quando a empresa anunciou seu plano de investimentos para o período de 2025 a 2029, no valor de US$ 111 bilhões, a Petrobras projetou dividendos na faixa de US$ 45 bilhões e até US$ 10 bilhões de dividendos extraordinários. Tal valor implica em pelo menos 49-60% do atual valor de mercado da empresa a serem distribuídos no formato.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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