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Preços dos alimentos têm maior alta no mundo desde 1990, segundo a FAO. Em 2022, aumento foi de 14,3%

Entre outros fatores, preços dos alimentos foram impactados pela interrupção no fornecimento causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia
10/01/2023 | 15h01

O índice da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha os preços dos alimentos mais comercializados globalmente, teve média de 143,7 pontos em 2022, alta de 14,3% em relação a 2021, sendo a maior média desde o início dos registros em 1990, segundo informação da FAO.  Importante ressaltar que, diante de setores da economia patinando no ano passado, com falta de renda, de emprego e cenário mundial cada vez mais conturbado, o resultado sólido do agronegócio brasileiro foi relevante para o melhor nível de atividade econômica no Brasil em 2022.

Em 2021, o índice de preços dos alimentos teve alta de 28% em relação ao ano anterior, à medida que a economia mundial se recuperava dos impactos causados pela pandemia de Covid-19. O aumento no custo da maioria das commodities alimentares no ano passado resulta, entre outros fatores, da interrupção causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

“É importante manter o foco na mitigação da insegurança alimentar global, uma vez que os preços mundiais dos alimentos permanecem em níveis elevados, com muitos alimentos básicos perto de recordes, e ainda muitos riscos associados ao abastecimento futuro”, pontuou em comunicado, o economista-chefe da FAO, Maximo Torero.

No caso do Brasil, dados da FAO divulgados no ano passado apontavam que 60 milhões de brasileiros vivem em alguma tipo de insegurança alimentar. Desses, 15 milhões enfrentaram insegurança alimentar grave nos últimos anos. 

Em dezembro passado, a leve redução nos preços dos alimentos ocorreu devido à melhora na perspectiva de suprimentos em países produtores

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Crédito: Envato

Os preços dos alimentos dispararam após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro do ano passado, por temores de interrupções no comércio do Mar Negro. Desde então, tiveram uma leve redução como consequência, principalmente, da adoção de um canal de exportação de grãos na Ucrânia apoiado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelas melhores perspectivas de suprimentos em outros países produtores.

Em dezembro, o índice de referência caiu pelo nono mês consecutivo para 132,4 pontos, ante 135,00 pontos revisados em novembro. O valor de novembro era anteriormente de 135,7 pontos.

A queda do índice em dezembro foi impulsionada por uma baixa no preço internacional dos óleos vegetais, juntamente com algumas reduções nos preços de cereais e carnes, mas mitigada por leves altas nos preços de açúcar e laticínios, disse a FAO.

Ainda durante todo o ano de 2022, quatro dos cinco subíndices de alimentos da FAO (cereais, carnes, laticínios e óleos vegetais) atingiram recordes, enquanto o quinto, o açúcar, atingiu a maior alta em 10 anos.

O Índice de Preços de Cereais da FAO subiu 17,9% em 2022 devido a fatores como interrupções significativas no mercado, custos mais altos de energia e insumos, clima adverso e forte demanda global por alimentos.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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