O presidente do TCU (Tribunal do Contas da União), Bruno Dantas, afirmou na sexta-feira (16) que a falta de reajuste do salário de servidores públicos é uma “bomba-relógio” que estaria prestes a explodir. De acordo com Dantas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma “reforma administrativa muda e cega”, ao não repor funcionários que se aposentaram. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que a “contenção de concursos” foi a “maior reforma administrativa” que seu governo fez. O Executivo chegou a enviar uma proposta de reforma ao Congresso, mas o texto não avançou.A afirmação foi feita pelo presidente do órgão durante um café da manhã com jornalistas e publicada no G1.
Ao longo de 2022, os funcionários públicos de diversos órgãos com salários congelados há quatro anos em meio a greves, tentaram negociar com o governo a reposição das perdas com a inflação do período. O conjunto da categoria reivindicava 19,99% de reajuste, mas não foi atendida. O governo federal avançou e recuou diversas vezes, confundindo a população e tentando desmobilizar os servidores para a greve geral.
Dantas explicou que a inflação se aproximou da casa dos dois dígitos, mas agora recuou artificialmente por causa dos preços dos combustíveis e o salário dos servidores públicos congelado. Em algum momento essa bomba vai explodir, segundo ele. Na avaliação dele, esse é um problema que terá que ser tratado pelo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dantas já vinha exercendo o comando do tribunal de forma interina desde julho, mas tomou posse efetivamente na quarta-feira passada. O mandato é de um ano, com possibilidade de reeleição.
Para presidente do TCU, reforma administrativa prejudicou o funcionamento da máquina pública
Dantas afirmou que a espécie de “reforma administrativa” feita por Guedes foi realizada sem “inteligência”, pois acabou prejudicando o funcionamento da máquina pública. De acordo com ele, o problema afeta diversos órgãos, entre eles o TCU.
Segundo Dantas, o ministro da Economia parou de contratar servidores públicos. Só que, como há um volume muito grande de aposentadorias, isso significou uma redução do tamanho do Estado.
Para Dantas, foi uma reforma cega, porque, na verdade, como o corte é linear e não depende de uma estratégia de administração, é onde as pessoas estão completando idade para se aposentar, o que acaba não sendo inteligente do ponto de vista de redução da máquina.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1
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