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Enel mostra que apagão é maior do que anteriormente divulgado; Ricardo Nunes anuncia medidas ‘sem noção’ para conter danos

"Eu vou fazer. Se eles quiserem, derrubem na Justiça", disse Nunes sobre a legalidade da medida.
17/10/2024 | 15h22

A Enel, concessionária de energia elétrica, afirmou, nesta quinta-feira (17), que o apagão que atingiu a cidade de São Paulo e a Região Metropolitana no fim da semana passada foi maior do que o inicialmente divulgado. Segundo a empresa, foram 3,1 milhões de domicílios no escuro ante os 2,1 milhões previamente informados pela empresa.

Enquanto isso, o prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição que demonstrou total inoperância durante a crise do apagão na cidade, anunciou ontem (16) que vai instalar câmeras do sistema Smart Sampa na frente de garagens da Enel para monitorar o fluxo de caminhões da empresa.

A concessionária da energia Enel tem cinco garagens da cidade. “Quando eu coloco uma câmera do Smart Sampa, eu vou ter toda informação sobre os veículos que entram e saem”, disse Nunes, na sede da Smart Samp.

A central de monitoramento por câmeras criada pela prefeitura fica na região central de São Paulo. Com isso, o prefeito quer ver se a Enel está realmente fazendo os serviços de reparação dos danos.

“Eu vou fazer. Se eles quiserem, derrubem na Justiça”, disse Nunes sobre a legalidade da medida. A resposta foi dada a um questionamento de outras empresas serem monitoradas da mesma forma pela prefeitura. Segundo Nunes, o interesse público fala mais alto no caso em questão. “Estou vendo meu povo sofrer”, afirmou ele, que, até então, vinha em um jogo de empurra sobre as responsabilidades.

A medida foi anunciada ao mesmo tempo em que o TCU (Tribunal da Contas da União) determinou que a empresa apresente em tempo real dados da operação no estado de São Paulo.

Nesta quinta-feira (17), vence o prazo dado pelo governo para que a empresa restabeleça o serviço no estado ao mínimo considerado dentro da normalidade, que, neste caso, é de 35 mil domicílios.

O apagão na cidade e na região metropolitana aconteceu na sexta-feira passada (11), quando um forte temporal atingiu a região. Até o fechamento deste texto, cerca de 36 mil domicílios permaneciam às escuras.

Ricardo Nunes nega relação do apagão com podas de árvores

Com a previsão de mais chuvas para este fim de semana, o prefeito disse que todo o efetivo da Defesa Civil estará de sobreaviso. Ao todo, 360 pessoas estarão à disposição nas 32 sub-prefeituras.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a cidade terá tempo nublado e pancadas de chuvas isoladas, no sábado (19) — além de ventos de intensidade moderada.

Outras 2.000 pessoas foram mobilizadas para ações de poda e zeladoria, segundo a prefeitura. Além disso, cem geradores foram alugados para manter o funcionamento dos semáforos da cidade.

Sobre as acusações de quem não fez a zeladoria correta da cidade, fazendo a poda preventiva das árvores que derrubaram fios da rede elétrica, contribuindo para o apagão, Nunes negou que crise tenha relação com isso.

Segundo ele, há locais sem postes de energia (com rede elétrica enterrada) que foram afetados, como o Centro. O mesmo aconteceu em locais sem tantas árvores, como a Saúde.

Ele disse também que o tempo de atendimento da Enel nesta crise tem sido maior do que o verificado em novembro de 2023, quando outro apagão deixou partes da cidade às escuras por uma semana.

Redação ICL Economia
Com informações de O Estado de S.Paulo e UOL

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