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Senado aprova 3 novos indicados por Lula à diretoria do Banco Central

Autoridade monetária terá, agora, sete dos nove membros indicados pelo governo do petista
11/12/2024 | 08h50

O plenário do Senado aprovou ontem (10) os três novos diretores indicados presidente Lula (PT) para ocupar a diretoria do Banco Central. Entre eles está Nilton José Schneider David, que substituirá Gabriel Galípolo na Diretoria de Política Monetária do Banco Central. A aprovação dele obteve 50 votos favoráveis, três contrários e uma abstenção.

Galípolo vai assumir a presidência do BC a partir de janeiro, em substituição a Roberto Campos Neto, que, por sua vez, havia sido indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os outros dois indicados são Izabela Moreira Correa, na vaga decorrente do término do mandato de Carolina de Assis Barros, atual diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central; e Gilneu Francisco Astolfi Vivan, que substituirá Otávio Ribeiro Dâmaso, na Diretoria de Regulação do Banco Central.

Gilneu Vivan.

Gilneu Vivan. Crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Com as indicações aprovadas, a diretoria do Banco Central passa a ter sete dos nove membros indicados pelo presidente Lula.

Os nomes dos três indicados ao BC foram aprovados anteriormente em sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) na manhã de ontem.

Criado em 1964, o Banco Central é uma autarquia federal que tem por objetivo assegurar a estabilidade de preços, além de zelar pela estabilidade e eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

Saiba quem são os indicados à diretoria do Banco Central

Nilton David: Desde 2019, ele é chefe de operações de Tesouraria do Banco Bradesco, sendo gestor de equipes que realizam operações com diversos índices e ativos financeiros, em São Paulo, Nova York e na Europa. Graduou-se em engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) em 1994, com passagem por diversas instituições financeiras no Brasil e no exterior.

De 1995 a 2000, foi operador do Citibank, passando por São Paulo, Londres, México e Nova York, no qual trabalhava com modelos de precificação de vários produtos financeiros. De 2000 a 2002, atuou no Goldman Sachs, também em Nova York. Entre 2003 e 2012, voltou a trabalhar no Citibank, sendo responsável pela gestão de equipe que executava operações com moedas e derivativos de moedas em Cingapura, Londres, Nova York, México e São Paulo.

De 2013 e 2016, foi sócio e gestor de investimentos na Canvas Capital. De 2016 a 2019, trabalhou no Morgan Stanley em São Paulo e no México. Na mensagem enviada ao Senado, Nilton David declara ainda que sua esposa trabalha no Citibank desde 2014.

Izabela Correa: Graduou-se em administração pública pela Fundação João Pinheiro (FJP) em 2003. Tem mestrado em ciência política pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), doutorado em governo pela London School of Economics and Political Science e pesquisa de pós-doutorado pela escola de governo da Universidade de Oxford. No campo acadêmico, foi professora de gestão pública e políticas públicas no Insper.

Em relação à trajetória profissional, trabalhou de 2006 a 2012 na CGU (Controladoria-Geral da União) como assessora na Diretoria de Prevenção da Corrupção e Coordenadora-Geral de Transparência, Ética e Integridade, retornando mais tarde como secretária de Integridade Pública. Ela também foi cofundadora e coordenadora de informações no Projeto Brasil, uma iniciativa premiada por promover maior transparência nas propostas de políticas públicas nas eleições.

No Banco Central, desempenhou atividades significativas de 2017 a 2021, sendo chefe-adjunta da Secretaria do Conselho Monetário Nacional, analista na Secretaria-Executiva, chefe do Escritório de Relações Institucionais na Secretaria de Governança da Secretaria-Executiva e assessora sênior no Gabinete da Diretoria de Relações Institucionais, Cidadania e Supervisão de Conduta.

Gilneu Vivan: Bacharel em economia (1992) com especialização em gestão financeira (1998) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 2003, concluiu o mestrado em gestão econômica de negócios pela Universidade de Brasília.

Trabalhou no Unibanco em 1985 e 1986, e na Caixa Econômica Federal de 1989 a 1994. Em 1994, ingressou na carreira de analista do Banco Central do Brasil, onde foi responsável, durante 11 anos, pelo monitoramento da estabilidade financeira do Sistema Financeiro Nacional. Atualmente é responsável pelo departamento da regulação do Sistema Financeiro Nacional.

Participou em missões internacionais no Equador, no Paraguai, na Jamaica, na Costa Rica e no Peru como especialista em teste de estresse, análise de liquidez e política macroprudencial. Entre 2009 e 2023, representou o Brasil no Analytical Group on Vulnerabilities (AGV), que é responsável por identificar e avaliar riscos e vulnerabilidades no sistema financeiro mundial.

*Com informações da Agência Senado

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