Os servidores públicos federais que estavam na ativa ou eram aposentados do serviço público em 1993 podem ganhar mais prazo para pedir a revisão do reajuste salarial de 28,86%. O prazo inicial venceu no dia 2 de agosto.
O aumento do prazo é possível após o Ministério Público Federal (MPF) ter entrado com uma ação de protesto que amplia esse prazo enquanto as partes forem ouvidas.
Os servidores podem, com a correção, ter direito a atrasados de até R$ 1 milhão, dependendo do caso, do valor do salário e do tempo de espera pelo direito ao reajuste, entre outros. Os herdeiros também podem receber.
De acordo com os especialistas, os servidores poderão ganhar mais 30 meses para fazer o pedido, mas é preciso saber que há risco, pois há chance de a Justiça entender que ações civis públicas não têm direito à reabertura de prazo. A informação foi dada pela Folha de São Paulo.
Extensão do prazo inclui beneficiários de servidores falecidos
A ação do MPF ocorreu antes da data-limite, em 10 de junho, atendendo um dos requisitos legais para interromper a chamada prescrição. Há possibilidade, então, com a decisão da Justiça, de convocar as partes interessadas e os servidores ganharem mais dois anos e meio para pedir a revisão.
O novo prazo começa a contar em 10 de junho de 2024, quando o MPF entrou com a ação de protesto. O aumento foi reconhecido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em processo que teve início na década de 1990, mas só chegou ao final em 2019.
Têm direito à correção os servidores que ainda não recorreram à Justiça e quem já tem ações em andamento ou acordos administrativos, mas cujas diferenças salariais não foram totalmente analisadas. A extensão do prazo inclui também os beneficiários de servidores falecidos que não buscaram o reajuste em vida.
Aumento salarial
A revisão surgiu após o governo do então presidente Itamar Franco conceder aumento salarial de 28,86% aos militares e deixar de fora funcionários públicos do Poder Executivo, que foram à Justiça.
Depois do trânsito em julgado da ação, o Supremo, então, deu um prazo de até cinco anos para que os servidores com direito ao reajuste pedissem as diferenças não pagas, prazo que venceu no último dia 2 de agosto.

O valor a ser recebido vai variar conforme o salário à época, corrigido pela inflação e convertido para real. (Foto: Agência Brasil)
O valor a ser recebido vai variar conforme o salário à época, corrigido pela inflação e convertido para real. O direito ao reajuste também pode variar e nem todos receberão um percentual exato de 28,86%.
Prazo final prorrogado
O prazo final para fazer o pedido na Justiça acabaria em 2 de agosto deste ano, conforme decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) no processo que transitou em julgado em 2019. Porém, a Justiça prorrogou o prazo por 30 meses. Mas não há garantia de que esse prazo extra não será derrubado futuramente.
Para receber, é preciso ser servidor público da administração direta ou dos seguintes órgãos:
- IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
- Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).
- UMTS (Universidade do Mato Grosso do Sul).
- INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
- Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
- Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
- Receita Federal.
- Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Servidores do Judiciário e do Legislativo não têm direito de pedir a revisão.
SAIBA MAIS:
Banca selecionada para realização de concurso é anunciada pelos Correios
Relacionados
STF nega afastar Moraes, Dino e Zanin do julgamento da trama golpista
Pedido foi feito pela defesa de ex-assessor de Bolsonaro
Decisão do STF sobre ‘pejotização’ pode representar fim de direitos trabalhistas, alerta jurista
Para Jorge Souto Maior, classe trabalhadora precisa se organizar para garantir princípios da Constituição
STF suspende todas as ações do país sobre pejotização de trabalhadores
Tema tem colocado o Supremo em rota de colisão com a Justiça Trabalhista ao menos desde 2018