Ás vésperas de sentar para negociar tarifas com a China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou mais uma atitude incendiária para nutrir a sua claque e fez duas postagens provocativas em seu perfil na rede Truth Social, nesta sexta-feira (9).
Em uma delas, Trump sugeriu que uma tarifa de 80% sobre produtos chineses importados pelos Estados Unidos “parece certa”.
“Tarifa de 80% sobre a China parece certa! Agora é com o Scott B.”, disse Trump, referindo-se ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, que, neste fim de semana, se reúne com representantes do governo da China para negociar o tarifaço.
Em outra postagem, Trump escreve, em caixa alta: “A CHINA DEVERIA ABRIR SEU MERCADO PARA OS EUA — SERIA TÃO BOM PARA ELES!!! MERCADOS FECHADOS NÃO FUNCIONAM MAIS!!!”.
Desde que Trump deflagrou a guerra comercial com escala global, no começo de abril, foram anunciadas sobretaxas de até 145% sobre produtos importados da China. Em revide, Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre a importação de itens norte-americanos.
Em comunicado oficial esta semana, o governo dos EUA informou que o secretário do Tesouro e o representante de Comércio do país, Jamieson Greer, chegariam na quinta-feira (8) na Suíça, onde vão se encontrar com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng.
Por sua vez, o Ministério do Comércio chinês afirmou que Lifeng vai para a capital suíça nesta sexta-feira. A pasta confirmou o encontro com Bessent.
Antes do encontro, porém, a China mandou seu recado. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Lin Jian, declarou na quarta-feira (7) que “qualquer diálogo deve ser baseado na justiça, respeito e benefício mútuo. Qualquer pressão ou coerção não funcionará com a China“.
Em meio a tarifaço de Trump, exportações chinesas crescem
Mesmo com a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, as exportações da China cresceram 8,1% em abril, ainda que as vendas para os Estados Unidos tenham caído 21%.
O aumento das exportações veio bem acima das previsões dos economistas, embora abaixo da alta superior a 12% registrada em março.
Os primeiros dados oficiais concretos após a escalada da guerra comercial capturam apenas os danos iniciais causados pelas tarifas proibitivas, cujos efeitos tendem a se tornar mais evidentes a partir deste mês.
Empresários e analistas esperam que as duas grandes potências encontrem um bom termo. A expectativa é de que as tarifas seja ao menos reduzidas.
No ano passado, o fluxo de comércio entre os dois países somou quase US$ 690 bilhões (R$ 3,9 trilhões).
Caso não cheguem a um acordo, isso seria extremamente prejudicial a indústrias, além de elevar os preços para consumidores. Trump vem sendo pressionado nesse sentido.
As importações de produtos norte-americanos para a China, por sua vez, caíram quase 14% no mês passado. Empresas chinesas conseguiram aumentar suas vendas a outros mercados para compensar a queda.
Os embarques para a Índia e os dez países do grupo da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), por exemplo, dispararam mais de 20%, enquanto as exportações para a União Europeia cresceram 8%.
As importações caíram apenas 0,2%, marcando o segundo mês consecutivo de queda, o que resultou em um superávit comercial de US$ 96 bilhões (aproximadamente R$ 545 bilhões) para o gigante asiático.
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