(Folhapress) — A deputada alemã de extrema direita Beatrix von Storch publicou uma série de fotos nesta terça-feira (30) no Instagram ao lado do deputado federal brasileiro Eduardo Bolsonaro (PL). Os dois se reuniram no Parlamento alemão.
Ela é neta de Johann Ludwig Schwerin von Krosigk, ministro das Finanças da ditadura nazista de Adolf Hitler por mais de 12 anos. Beatrix também é vice-líder do AfD, sigla de extrema direita, na Câmara alemã.
Beatrix von Storch chama Eduardo de “amigo”. “Um amigo visitando a Câmara alemã. Eduardo Bolsonaro, nós, patriotas, defendemos juntos a democracia, a liberdade e o Estado de Direito”.
O deputado brasileiro agradeceu. “Obrigado por todo o seu grande apoio à causa da democracia e da liberdade de expressão no Brasil. Deus abençoe você e Sven [marido da extremista]”.
Eduardo Bolsonaro também fez uma publicação no Instagram com fotos ao lado da deputada e do marido dela. O deputado não cita o avô de Beatriz e escreve que “os tempos estranhos atuais no Brasil lembram o incêndio do Congresso alemão em 1933, que foi a desculpa usada por Hitler para perseguir seus opositores”.
Em uma das fotos, Eduardo aparece ao lado de Sven segurando um vinho que leva o nome da família Bolsonaro.
Em julho de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro também posou para uma foto ao lado de Beatrix von Storch.
Em mensagem publicada nas redes sociais, a parlamentar agradeceu a Bolsonaro “pela amistosa recepção” e disse ter ficado impressionada com a “clara compreensão dos problemas da Europa e dos desafios políticos do nosso tempo” que ele mostrou.

Em julho de 2021, Jair Bolsonaro já tinha recebido Beatrix von Storch no Planalto
Passado nazista
O passado nazista da família de Beatrix passou a ser destacado pela imprensa alemã a partir de 2014, quando ela foi eleita deputada europeia pela AfD. Três anos depois, em 2017, ela foi eleita para o Bundestag (Parlamento alemão), representando Berlim.
Em 2016, ela manifestou aprovação a uma mensagem no Facebook que havia perguntado se guardas deveriam atirar em refugiados, inclusive mulheres com crianças.
Em 2018, ela voltou a causar controvérsia ao reclamar de tuítes da Polícia de Colônia que desejavam feliz ano novo em várias línguas, inclusive o árabe. “Eles pretendem apaziguar as hordas de homens bárbaros, muçulmanos e estupradores em massa dessa maneira?”, escreveu. A rede social apagou a mensagem por violação das regras.
Dentro da AfD, a deputada costuma ser apontada como membro da ala “cristã ultraconservadora”. Em 2014, quando os ultradireitistas tomaram o partido, ela afirmou que via a sigla como um veículo para “uma visão cristã da humanidade”.
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