A informação de que Marinha e Aeronáutica pagam pensão a 493 parentes ligados aos chamados “mortos fictícios” foi tema do comentário de Eduardo Moreira na manhã de hoje. Segundo reportagem do jornalista Rayanderson Guerra, do Estado de S. Paulo, militares dessas duas forças que foram condenados e expulsos por crimes como homicídio, ocultação de cadáver, abuso sexual e estelionato mantiveram o direito à pensão destinada aos familiares em casos de morte. São 308 militares considerados “mortos fictos” (mortos fictícios).
“Ninguém fala de esquema de militar de alta patente. Na hora de falar que o cara que ganha R$ 500 é um absurdo, porque se ganhar não vai trabalhar… Não é isso que falam do Bolsa Família? Lembro que o médio do que as pessoas recebiam por família era R$ 197,00. O argumento é que era um absurdo, porque quem ganhasse R$ 197 não ia trabalhar”, disse Eduardo Moreira, no programa ICL Notícias de hoje (veja a íntegra do programa aqui).
Ele cobrou indignação dos movimentos que se autointitulam contra a corrupção quanto ao valor pago de pensão a militares que cometeram crimes e foram expulsos. “Cadê o MBL que é revoltado com tudo? Cadê a tchurminha, os Van Hattems, o Partido Novo?”, questionou. “Já viu o Partido Novo falar mal de militar? Eu nunca vi”.
Os dados das forças Aérea e Naval foram obtidos de acordo com dados obtidos e divulgados pela agência Fiquem Sabendo, especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI). O Exército não respondeu ao pedido de informações.
A matéria do Estadão informa que 69 militares da Marinha e 239 da Aeronáutica estão entre os considerados “mortos vivos”, aqueles que perderam a patente e os direitos militares, mas mantiveram acesso à pensão.
Os valores pagos aos dependentes de militares da Marinha vão de R$ 656,73 a R$ 12.893,21, por mês. As cifras chegam a R$ 350 mil mensais para todos. Somente no ano passado, foram gastos R$ 4.463.253,13 apenas pela Marinha com as pensões. A FAB não divulgou valores.
Como a lei não proíbe pagamento de pensão para familiares de militares condenados de acordo com a gravidade do crime cometido, familiares de homicidas, estelionatários e até abusadores são beneficiados, mensalmente, com recursos da União.
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