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Por Italo Nogueira

(Folhapress) — O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), 54, garantiu neste domingo (6) mais da metade dos votos válidos nas eleições e foi reeleito no primeiro turno para seu quarto mandato à frente da cidade.

Com 95% das urnas apuradas, Paes aparece com 60,34% dos votos válidos e está matematicamente reeleito. Ele superou os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), que tem 30,99% dos votos válidos, e Tarcísio Motta (PSOL), com 4,16%.

O prefeito venceu a disputa evitando a nacionalização do enfrentamento com o deputado Alexandre Ramagem (PL), que contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Paes não teve agendas de campanha ao lado do presidente Lula e, durante debates e entrevistas, descrevia a aliança com o petista como parcerias com o governo federal, sempre destacando diferenças pontuais com o PT.

O objetivo era atrair uma parte do eleitorado que votou em Bolsonaro em 2022 —o ex-presidente venceu na cidade na disputa com Lula há dois anos.

As pesquisas eleitorais ao longo da campanha mostraram que ele conseguiu manter a preferência de parte significativa dos evangélicos, geralmente associados ao bolsonarismo, por meio de uma aliança com lideranças do setor.

Ao mesmo tempo, Paes buscou discutir temas locais durante a campanha e “estadualizou” a disputa com o deputado do PL, destacando o vínculo do adversário com a imagem do governador Cláudio Castro (PL), mal avaliado entre os eleitores.

Desconhecido do eleitorado no início da campanha, Ramagem conseguiu reagir nas pesquisas de intenções de voto após o início da propaganda de TV.

Contudo, o apoio de Bolsonaro e o desembarque do ex-presidente no Rio de Janeiro nos últimos dias de campanha não foram suficientes para impedir a vitória de Paes no primeiro turno.

Também participaram da disputa o deputado federal Marcelo Queiroz (PP), o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil), Juliete Pantoja (UP), Carol Sponza (Novo), Cyro Garcia (PSTU) e Henrique Simonard (PCO).

Paes se torna, a partir de janeiro de 2025, o político com maior tempo na administração do Rio de Janeiro, superando seu padrinho político, o vereador e ex-prefeito Cesar Maia (PSD), que teve três mandatos. O mandatário reeleito governou a cidade por dois mandatos entre 2009 e 2016, e voltou ao Palácio da Cidade em 2021.

A vitória no primeiro turno o credencia para disputar o governo estadual em 2026, o que, durante a campanha, ele prometeu não fazer. Caso mude de posição, ficará no cargo por apenas um ano e quatro meses, deixando a cidade nas mãos do vice-prefeito eleito, Eduardo Cavaliere (PSD), 29.

Alguns aliados afirmam que o prefeito nutre desejos de voos maiores, como uma vaga de vice na chapa de Lula em 2026 ou até mesmo uma candidatura própria, caso o presidente não busque a reeleição e Bolsonaro permaneça inelegível. Também não está descartada a permanência no cargo até o fim do mandato, visando a disputa presidencial de 2030 e evitando o “ingovernável” Palácio Guanabara.

O triunfo de Paes também é considerado uma boa notícia para o presidente Lula, que deve contar com um prefeito aliado no segundo maior colégio eleitoral do país na campanha de 2026, caso tente a reeleição.

Ao longo da campanha, Paes afirmou ter sido este seu melhor mandato à frente do município. Enquanto os primeiros oito anos de gestão foram marcados pelas grandes obras e a preparação para as Olimpíadas de 2016, os últimos quatro anos tiveram o esforço voltado para a conclusão de obras e projetos abandonados durante a gestão do antecessor, Marcelo Crivella (Republicanos).

Durante a campanha, Paes apostou na bandeira de “fazer o Rio continuar a avançar” sem se comprometer com promessas muito claras. Entre os poucos objetivos determinados estão a criação de 13 mil vagas em creches, dois novos Supercentros de Saúde para atendimento de especialidades médicas e concluir a nova bilhetagem digital dos ônibus.

O quarto mandato também será um teste para o aumento de moradores na zona portuária, cujos lançamentos imobiliários devem ser concluídos nos próximos anos. Ampliar a atração de residências para o centro e reduzir a pressão sobre a zona oeste é um desafio desde o primeiro mandato de Paes.

 

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