Mais 85 brasileiros conseguiram ser reunidos em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, e agora esperam autorização para deixar a zona atacada por Israel. É o que informou nesta quarta-feira (6) ao ICL Notícias, por mensagem, o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas. O diplomata afirmou que o grupo reúne pessoas de três locais onde há intenso confronto em Gaza.
“Conseguimos concentrar 85 brasileiros e familiares próximos em Rafah, retirando-os dos teatros de operações mais intensos de Khan Younes, Deir al Balah e do campo de refugiados de Nuseirat, e colocando-os muito próximos do passo de fronteira. Aguardamos apenas a autorização para a evacuação”, afirmou Candeas.
Em meados de novembro, os primeiros 32 brasileiros presos em Gaza conseguiram deixar a zona conflagrada. Foram semanas de espera angustiante até que Israel, finalmente, liberasse a saída deles pela Passagem de Rafah, no sul de Gaza. No dia 12 daquele mês, os brasileiros passaram pelo posto de controle migratório e entraram no Egito, de onde decolaram tendo o destino final o Brasil.
Israel intensifica operações no sul
Dezenas de veículos militares israelenses cruzaram o sul da Faixa de Gaza e operam nas proximidades da cidade de Khan Younes, a maior cidade do sul de Gaza. A movimentação foi detectada em novas imagens de satélite divulgadas pelo jornal The New York Times, sinalizando o início de uma nova fase da guerra de Israel contra o Hamas.
Testemunhas afirmaram que Israel estabeleceu um novo posto de controle na entrada da cidade de Khan Younes. Além disso, as Forças de Defesa de Israel estão lutando contra o Hamas na estrada Salah al-Din, em Gaza, que Israel havia designado anteriormente como uma rota segura de deslocamento para os civis palestinos.
Na segunda-feira, Tel-Aviv admitiu que um trecho da estrada havia se transformado em um “campo de batalha” e que os civis não deveriam se aproximar. “Não há nenhum lugar seguro para ir e muito pouco para sobreviver para os civis palestinos em Gaza”, apontou um porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Um apagão de comunicações em todo o território também prejudicou a resposta humanitária durante a noite.
Grupos de ajuda humanitária afirmaram que os civis palestinos têm dificuldade de seguir as orientações de Tel-Aviv por conta das operações israelenses em toda a Faixa de Gaza.
Na noite de segunda-feira, a organização humanitária Sociedade do Crescente Vermelho Palestino afirmou que havia perdido contato com equipes médicas em Gaza, depois que o principal provedor de telefonia e internet, Paltel, confirmou que todos os serviços de telecomunicações foram cortados.
Relacionados
Brasileiros foragidos reclamam de condições de prisões na Argentina, diz site
Três dos cinco brasileiros que estão detidos em Buenos Aires se queixam que são vítimas de violações aos direitos humanos
Novo avião com 96 brasileiros deportados dos Estados Unidos chega ao Brasil
Aeronave pousou em Fortaleza com 96 repatriados a bordo
Corrente de solidariedade tenta tirar Assmaa dos bombardeios de Gaza: ‘Não aguento mais’
Ela viveu no Brasil dos 4 aos 18 anos. Sobre o massacre em Gaza, questiona: “O que o mundo ainda está esperando?”