A investigação do Ministério Público, que corre sob sigilo, sobre a denúncia de desvio de dinheiro na Igreja Bola de Neve aponta que um ex-diretor teria criado uma empresa de maquininhas de cartão e faturado quase R$ 500 mil em alguns meses. As informações são Band.
O divórcio dos fundadores da Bola de Neve, o apóstolo Rina e a pastora Denise, deflagrou uma batalha interna pelo poder. Com a morte de Rina, em 17 de novembro de 2024, Denise assumiu a presidência da igreja evangélica e passou a denunciar irregularidades cometidas por integrantes da diretoria.
Parte da diretoria tentou impedir a posse de Denise, que já ocupava a vice-presidência da igreja. A Justiça decidiu que Denise responde pela igreja e determinou que os antigos diretores estão proibidos de fazer qualquer coisa em nome da Bola de Neve.

A pastora Denise e o apóstolo Rina, fundador da Igreja Bola de Neve (Foto: Redes sociais)
Ex-diretor contratou empresa da irmã
Denise examinou as contratações feitas pelo ex-diretor financeiro da igreja, Éverton Ribeiro. O ex-diretor teria contratado empresas dele e de sua irmã para prestarem serviços para a igreja.
Entre elas, uma empresa criada por Éverton de maquininhas de cartão para receber o dízimo dos fiéis, a SIAF. Em alguns meses, essa empresa faturou quase R$ 500 mil com o serviço. No mesmo período, a empresa da irmã do ex-diretor, Filhos do Rei, faturou cerca de R$ 1,5 milhão prestando serviços para a Bola de Neve.
Mesmo sem poderes para representar a igreja, o escritório Urbano Vitalino Advogados informou ter solicitado certidões em nome da Bola de Neve e de Éverton Ribeiro, afirmando que não há investigação em andamento contra eles no Ministério Público.
Nota oficial da Igreja Bola de Neve
A Igreja Bola de Neve reafirma que a pastora Denise Seixas renunciou ao cargo de vice-presidente em acordo assinado em 27 de agosto. Sobre a decisão, a igreja recorrerá de modo a fazer valer não apenas o acordo assinado como a vontade dos membros da instituição. A decisão da quarta-feira (18) não estipula a posse da pastora Denise.
Cabe lembrar que ainda vigora liminar que a impede de entrar nas dependências da Igreja Bola de Neve, devido à ação de reintegração de posse após invasão indevida à sede da denominação em 29 de novembro.
Sobre as denúncias relativas à administração financeira, a Igreja Bola de Neve afirma que sua gestão está totalmente de acordo com a legislação e boas práticas de conformidade. Há mais de uma década as contas da organização são auditadas anualmente e aprovadas sem restrições por empresa multinacional cuja expertise e seriedade são reconhecidas pela qualidade e regularidade dos serviços prestados.
A divulgação de dados, valores de pagamentos e quaisquer outras cláusulas contratuais é ilegal e fere o sigilo financeiro estabelecido pela Constituição Federal. A Igreja está à disposição, se necessário, para prestar todos os esclarecimentos às autoridades competentes.
Relacionados
MP pede que polícia de SP investigue denúncia de estupro contra Otávio Mesquita
Juliana acusa Mesquita de ter passado a mão nas partes íntimas dela, sem consentimento, durante uma gravação do programa 'The Noite'
Ministério Público do DF investigará compra do Banco Master pelo BRB
Banco de Brasília diz que informou TCDF sobre a operação
MP denuncia 6 acusados de participarem do assassinato do delator do PCC
Três foragidos são acusados pelo homicídio de Vinicius Gritzbach; outros três PMs já estão presos