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Meio Ambiente

RS registra 29 mortos e 60 pessoas desaparecidas devido a chuvas

Prefeito de Bento Gonçalves disse que onda de aproximadamente dois metros de altura atingiu município
02/05/2024 | 15h33

Último boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, emitido às 18h desta quinta-feira (2), informou que 154 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas, com 29 pessoas mortas e 60 ainda desaparecidas — 36 ficaram feridas.

O órgão informou ainda que 71.306 pessoas foram afetadas pelos temporais que castigam o estado desde 26 de abril. Destas, 10.242 estão em abrigos e 9.993 estão desalojados.

Onda de 2 metros atingiu região de Bento Gonçalves, diz prefeito

(Folhapress) — O prefeito de Bento Gonçalves (RS), Diogo Segabinazzi Siqueira (PSDB), declarou nesta quinta-feira (2) que uma onda de aproximadamente dois metros de altura atingiu a comunidade Linha Alcântara, no município. A barragem 14 de Julho, entre Cotiporã e Bento Gonçalves, rompeu parcialmente no mesmo dia.

Siqueira ressaltou que, apesar da onda ter passado pela localidade da Linha Alcântara, ela não chegou na rodovia ERS-431, também no município. As águas estariam se deslocando em direção às cidades de São Valentim do Sul e Santa Tereza. Ele não deixou claro se a onda atingiu a comunidade após o rompimento parcial.

O gestor municipal explicou que população que vive às margens do Rio das Antas, em Bento Gonçalves, foi avisada sobre risco na quarta-feira (1º). Na noite anterior, segundo Siqueira, parte da população foi levada para um ponto mais alto da região por questão de segurança.

Barragem 14 de Julho, localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves, às margens do Rio das Antas.

Siqueira declarou que a prefeitura tenta obter toda a informação possível no momento. O gestor falou que uma equipe irá voltar para a comunidade nesta tarde para conseguir mais informações sobre a situação atual, principalmente das regiões sem comunicação, e também resgatar outras pessoas que estão ainda em regiões mais baixas.

O prefeito também esclareceu que é necessário passar por desmoronamentos, barreiras e outros empecilhos para chegar até os moradores desses locais.

“A gente está vivendo um caos. Desmoronamento em todas as estradas, famílias e casas foram soterradas aqui na nossa região. Não é algo simples o que está acontecendo na serra gaúcha, é uma grande tragédia nunca vista antes. A gente precisa de auxílio do governo federal e precisamos de equipamentos de alta tecnologia”, disse Siqueira à CNN Brasil.

 

Loja da Havan no município de Lajeado é tomada por enchente nesta quinta-feira (2). Imagens aéreas mostram que o local inteiro ficou submerso. pic.twitter.com/Mgtnb9ls0x

 

Calamidade pública pela enchente

O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública no estado em edição extra do Diário Oficial. O decreto estabelece que órgãos públicos prestem apoio à população nas áreas afetadas, em articulação com a Defesa Civil.

Os temporais destruíram moradias, estradas e pontes, além de comprometer o funcionamento de instituições públicas. As aulas nas escolas estaduais, por exemplo, foram suspensas nesta quinta e sexta-feira (3).

É observado um aumento significativo no volume dos rios Jacuí, Pardo, Taquari e Caí. Nos próximos dias, as regiões norte e nordeste do estado também devem começar a sofrer as consequências das chuvas. Locais com barragens estão sob alerta e os planos de atendimento em caso de emergência foram ativados.

Lula no RS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (2), que não faltarão recursos do governo federal no socorro à população do Rio Grande do Sul e na reconstrução de municípios gaúchos atingidos por tempestades e enchentes desde o início da semana.

Lula e uma comitiva de ministros desembarcaram hoje em Santa Maria (RS) para reunião de trabalho com o governador do estado, Eduardo Leite, que classificou a situação como o pior desastre climático da história do Rio Grande do Sul.

“Tudo que estiver no alcance do governo federal, seja através dos ministros, seja através da sociedade civil ou seja através dos nossos militares, vamos dedicar 24 horas de esforço para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado por conta da chuva”, disse Lula, após a reunião.

“No primeiro momento, a gente só tem que salvar vidas, a gente só tem que cuidar das pessoas. No segundo momento, a gente vai ter que cuidar de fazer uma avaliação dos danos e, a partir daí, começar a pensar em como encontrar o dinheiro para que a gente possa reparar esses danos”, acrescentou o presidente, prestando solidariedade ao povo gaúcho e às famílias das vítimas.

Rompimento parcial de barragem

A Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) informou que detectou o rompimento parcial do trecho direito da barragem da Usina 14 de Julho, que fica entre os municípios de Cotiporã e Bento Gonçalves.

Segundo a Ceran, as barragens de Monte Claro e Castro Alves encontram-se em estágio de Atenção e seguem sendo monitoradas.

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