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Enrolado na Justiça, governador do Acre consegue no STF autorização para ir à China

Desde ontem, Gladson Cameli está liberado para fazer viagens para o exterior
09/01/2024 | 07h29

Por Nicolás Satriano

Embora esteja “enrolado” na Justiça – inclusive com pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que seja afastado do cargo –, o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para viajar à China. Lá, segundo argumentou Cameli ao STF, ele participará, a partir de amanhã, quarta-feira (10), do evento Brasil-China Meeting.

A decisão do ministro Edson Fachin, de ontem, segunda-feira (8), retira a restrição de viagens até o próximo dia 15. Cameli foi ao STF após ter o pedido de deixar o país negado pelo Superior Tribunal de Justiça. A proibição foi determinada pela ministra do STJ Nancy Andrighi, que impediu o governador de fazer viagem oficial ao exterior.

O Brasil-China Meeting está previsto para ocorrer na cidade de Shenzhen (China) e Hong Kong entre amanhã e o dia 13. Na programação, segundo decisão de Fachin, consta que Cameli fará a exposição de um painel no dia 10, às 16h30. “Em relação à proibição prevista no art. 320 do Código de Processo Penal, é pretendida a flexibilização para que a seja deferida a mencionada viagem”, detalha a decisão.

“Não encontro razões para a manutenção da negativa da autorização. Há farta documentação de que o paciente estará em atividade oficial inerente ao cargo de Governador que exerce. Não há indícios que relevem riscos de que o objetivo da medida cautelar imposta venha perecer”, seguiu Fachin.

O ministro, então, concedeu a saída do país a Gladson Cameli, levantando temporariamente a proibição. Após retornar da viagem, a ordem de Fachin é para que o passaporte do governador seja imediatamente devolvido à Justiça.  

Pedido de afastamento

No fim de novembro do ano passado, a PGR solicitou ao STJ que Gladson Cameli fosse afastado imediatamente do cargo de governador do Acre. O pedido fez parte da denúncia da PGR contra Cameli e outras 12 pessoas pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Relatora do caso, a ministra Nancy Andrighi impôs medidas cautelares a Cameli.

Em nota ao g1, Cameli afirmou, na época, manter a confiança na Justiça e que estava à disposição para esclarecimentos.

“Diante das publicações recentes veiculadas na imprensa acreana e nacional acerca de denúncia da Procuradoria-Geral da República, e consequente pedido de afastamento do exercício do mandato, o governador Gladson Cameli mantém sua confiança na Justiça, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimento, bem como permanece cumprindo suas obrigações como chefe do Poder Executivo do Estado do Acre”, declarou o governador.

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