Lá vou eu escrever sobre envelhecer, como se, ao evitar o assunto, não carregasse as marcas da passagem do tempo. Na prática elas nem me incomodam exatamente porque, confesso, não dispenso uma boa dose de colágeno para recuperar o viço. Hoje a gente fala o “glow”, né?
Uma atriz brasileira disse outro dia que envelhecer é uma merda. Antes de alguém problematizar, vou falar de mim, tá?
Todas as madrugadas, às 3 horas, eu desperto! Parece um filme de terror. Noites da marmota, tudo sempre igual.
Alguém aqui também acorda suando em pleno frio de 5 graus?
Fui surfar, a cordinha do longboard estourou, nadei de costas umas três vezes toda pimpona para recuperar a prancha. Lesionei o ombro, dois meses de fisioterapia.
Inventei de voltar a escalar, adoro, mas tem a trilha antes da rocha né? Saudade do meu cardio dos 30.
O cabelo cai, a unha enfraquece e andam dizendo que quando estou muito cansada, eu ronco — (acho que é mentira!).
Se estou envelhecendo é porque estou viva e eu agradeço. Gosto de olhar para o passado e apreciar a jornada até aqui. Escolho melhor minhas batalhas, meus amigos, sofro menos para dizer não, ando mais devagar porque já tive pressa e, definitivamente, desisto de ter razão, para ter paz (quase sempre).
Eu me movimento, pratico esportes, cuido da saúde e da alimentação, na medida do possível numa rotina estressante, mas quando olho para a frente, eu não romantizo.
Envelhecer é solitário.
SAIBA MAIS:
Idosos devem ser maior parcela da população em 2070, com quase 4 de cada 10 brasileiros
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