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Jair Bolsonaro. Foto:Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Com Karla Gamba

A PF afirmou em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o grupo de investigados por tentativa de golpe de Estado, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já espalhava notícias falsas sobre as urnas e fraude nas eleições desde 2019.

A PF coletou provas de que os ataques e desinformação com o intuito de causar descrédito e passar a impressão de vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação não começou após o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Segundo o documento, o modus operandi de atuação dos investigados foi desenvolvido pelo grupo denominado Gabinete do Ódio:

“(…) o grupo ora investigado, desde o ano de 2019, utilizava o modus operandi desenvolvido pelo autointitulado GDO (gabinete do ódio) para propagar a ideia de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do país”, diz a PF no relatório.

No entanto, existem falar públicas de Bolsonaro até no período da eleição de 2018 mentindo sobre o sistema eleitoral.

Dez dias depois de levar uma facada durante a campanha presidencial, em Juiz de Fora (MG), Jair Bolsonaro fez uma live no leito do hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 16 de setembro de 2018. Naquela ocasião, ele começou a ofensiva para desacreditar o processo eleitoral brasileiro.

“O receio, em tese, é que em 2018 não apenas tenhamos o voto fraudado para presidente, temos aí o voto para deputado federal”, mentiu Bolsonaro, do leito. “Porque da mesma forma, na maioria das seções do Brasil, quem aparelhou o TSE, com todo respeito que eu tenho aos senhores ministros, que não têm conhecimento de informática. Não é porque uma pessoa é ministro que sabe de tudo. O TSE tem os programas que podem inserir via fraude uma média de 40 votos para o PT na maioria das seções do Brasil”.

No primeiro turno, no dia 7, um vídeo mentiroso, que mostrava uma urna eletrônica supostamente autocompletando votos em Haddad, circulou nas redes sociais, compartilhado por aliados bolsonaristas como Flávio Bolsonaro. A Justiça Eleitoral desmentiu a publicação antes mesmo de encerrada a votação e provou que a gravação continha sinais de manipulação. Apesar disso, Bolsonaro amplificou essas suspeitas sem provas.

“Recebemos muitas críticas de urnas que tiveram problemas, e não foram poucas, se votava para governador e depois se encerrava simplesmente o voto naquela pessoa. Se apertava o um e no final já aparecia o candidato da esquerda”, sustentou, divulgando informação sem provas.

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