Após o grande sucesso de crítica e bilheteria do filme “Ainda estou aqui”, do diretor Walter Salles, a estação de metrô Engenheiro Rubens Paiva, na Pavuna, Zona Norte do Rio, se tornou o mais novo ponto turístico da cidade.
Diariamente cerca de 7 mil pessoas passam pela estação, mas foi só após repercusão do filme que as pessoas passaram a se dar conta da importância do homenageado pelo metrô.
A estação, inaugurada em 1998, guarda desde 2015 um busto de bronze do engenheiro e político Rubens Paiva, assassinado durante a ditadura militar pelas forças do Estado. A peça, agora atrai bem mais visitantes, que veem atrás de uma foto.
Logo abaixo do busto, uma placa conta a história de Rubens, e relembra de todo o seu serviço e amor pela sua profissão. “Cidadão Rubens Paiva era um apaixonado pela sua profissão e pelo Brasil […] é referência nacional de projetos de engenharia de excelência no campo da habitação popular”, diz.

Busto de Rubens Paiva (Foto: Reprodução)
Rubens Paiva e “Ainda estou aqui”
Toda essa merecida exaltação a Rubens Paiva só está sendo possível graças ao filme “Ainda estou aqui”. O longa, que conta a história da família de Rubens Paiva — que foi levado de casa por militares e depois assassinado — jogando luz sobre os sombrio anos da ditadura brasileira, estreou no início de novembro do ano passado, e até o momento segue em cartaz nos cinemas nacionais, recentemente se tornado a quinta maior bilheteria do cinema brasileiro.
O filme vem chamando atenção desde sua estreia no festival de Cannes, na França, e da conquista do prêmio de melhor roteiro em Veneza, mas o que já era um sucesso ficou maior ainda após Fernanda Torres, que no longa interpreta Eunice Paiva, viuva de Rubens Paiva, ganhar o Globo de Ouro como melhor atriz em filme de drama.
O troféu trouxe força internacional ao filme, e chamou a atenção dos gringos, e após a estreia do longa nos EUA, a aclamação nacional por “Ainda estou aqui” se tornou internacional num piscars de olhos. Com seu sucesso vieram três indicações ao oscar: a já esperada indicação a melhor filme em lingua estrangeira; a cobiçada indicação a melhor atriz para Fernanda Torres; e a inédita e surpreendente indicação a melhor filme.
Além do impacto que o filme tem causado nos festivais de filmes internacionais e nos cinemas nacionais, ele também tem produzido efeito social importante no Brasil, ajudando a inflamar o cenário brasileiro atual, onde o debate sobre memória da ditadura tem ganhado força no espaço público.
Em dezembro de 2024, após o sucesso de “Ainda estou aqui”, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que parentes de pessoas mortas pela ditadura cívico-militar (1964-1985) no Brasil poderão pedir nova versão da certidão de óbito nos cartórios de registro civil.
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