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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

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Fachin aceita prefeitura do Rio como parte na ADPF das Favelas

De olho na disputa pelo governo, Eduardo Paes pressiona contra decisão do STF
05/02/2025 | 12h40

Por Igor Mello

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), aceitou que a prefeitura do Rio de Janeiro participe como amicus curiae do julgamento da ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635, conhecida como ADPF das Favelas.

O pedido foi feito pela prefeitura nesta terça-feira (4), véspera da retomada do julgamento do mérito da ação no plenário da corte. Fachin entendeu que o pedido da gestão Paes é pertinente e permitiu o ingresso da prefeitura poucas horas depois da apresentação da petição.

Nesta quarta-feira, o STF retoma o julgamento da ADPF. O principal ponto que os ministros vão debater é a definição do conceito de excepcionalidade para a realização de operações policiais em favelas.

No vídeo em que tratou da decisão de se tornar parte da ADPF, paz afirmou que o Rio está virando um “resort de bandidos”, mas aproveitou pra alfinetar Castro. Segundo ele, o governo do estado usa a decisão do STF pra se eximir de responsabilidade na crise de segurança vivida pelo Rio.

Durante a sua campanha de reeleição, Paes foi alvo de ataques do adversário Alexandre Ramagem (PL) sobre a suposta inação da prefeitura nas ações de segurança pública. O prefeito rebateu, atacando a gestão do governador Cláudio Castro, a quem acusa de incompetência e falta de autoridade para comandar as polícias.

Desde então, já de olho em uma possível candidatura ao governo do estado em 2026, Paes tem tratado frequentemente de questões relacionadas à violência urbana na cidade.

Entre as primeiras medidas anunciadas em seu quarto mandato está a criação de uma força municipal de segurança que atuará armada, em paralelo à Guarda Municipal.

O que está em jogo na ADPF das Favelas

Desde a pandemia, o STF ordenou que as ações ocorram apenas em caráter excepcional, mas não definiu
concretamente o que seriam essas situações de excepcionalidade.

Com isso, o governo do Rio de Janeiro e políticos de direita vem criando a narrativa de que as operações foram proibidas, o que é falso.

Outros temas que serão decididos no julgamento é a criação de uma meta para a redução da letalidade policial no Rio de Janeiro e a possível criação de uma estrutura independente para as perícias criminais –hoje, a atividade está subordinada à Polícia Civil.

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