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Pedro Barciela

Autor no blog Essa Tal Rede Social, estuda e atua na área de monitoramento e análise de redes sociais com foco em política e campanhas eleitorais.

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Fake news de Marçal representa o desprezo bolsonarista pela democracia

O bolsonarismo mais uma vez sequestra e censura o debate público contando com a morosidade da justiça eleitoral
05/10/2024 | 10h39

A população de São Paulo assistiu nas últimas horas um novo – e potencialmente criminoso – capítulo envolvendo a candidatura de Pablo Marçal. Desta vez utilizando uma informação falsa para atacar a campanha de Guilherme Boulos, o ex-coach deu mais um exemplo da ineficiência das ferramentas de controle e fiscalização que atualmente atuam no combate às fake news, resultando no sequestro do debate público em um momento chave para a nossa democracia.

Publicada por volta das 21:30h no Instagram, a mensagem falsa resultou no que é, até aqui, a 5º publicação com maior volume de interações no Instagram | Facebook-BR das últimas 24h.

A publicação original – já retirada do ar – produziu mais de 504 mil interações no Instagram e é até aqui a 5ª em destaque no Brasil nas últimas 24h.

No Google, ao filtrarmos as buscas pela região de São Paulo nos últimos 90 dias nós também observamos um pico extraordinário de buscas pelo candidato. Algo normal – e desejado pelas campanhas – se não fosse a atuação ilegal do ex-coach nas últimas horas. Junto ao pico de buscas se somam termos como em ascensão como CRM 17064, Jose Roberto de Souza, Laudo de Boulos e Laudo Médico Boulos.

Buscas por Guilherme Boulos no Google-BR em São Paulo atingiram o pico de popularidade nas últimas horas

Para além dos impactos nas candidaturas envolvidas, o que fica é o desprezo da candidatura do ex-coach pelas regras eleitorais e pela justiça, fruto de uma inanição do combate ao comportamento de atores que já deram diversas demonstrações de desprezo pelo processo eleitoral. Não se trata apenas do impacto a um candidato, mas sim o dano que tal comportamento acarreta para o processo eleitoral como um todo, uma vez que sequestra o debate sobre propostas, ideias e visões para a cidade. Trata-se portanto de uma espécie de censura provocada pelo comportamento perverso e criminoso de atores que buscam, a todo custo, subverter as regras eleitorais e explorar publicamente a passividade e omissão dos órgãos de fiscalização eleitoral.

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