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Família será indenizada com R$ 1,4 milhão por morte por Covid no Amazonas

Decisão judicial condena União e Município a indenizar família devido a ausência de fornecimento de oxigênio medicinal.
27/12/2023 | 20h53

O Amazonas, que registrou 14.484 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia em 2020, enfrenta uma decisão judicial que condenou também a União e o município de Manaus a pagar R$ 1,4 milhão à família de uma mulher que faleceu sem oxigênio no Hospital Platão Araújo, durante a segunda onda da pandemia em 2021. A decisão foi emitida pela juíza Jaiza Fraxe na semana passada, destacando que ainda cabe recurso.

A paciente, diagnosticada em estado crítico com Covid-19 em janeiro de 2021, necessitou de máscara de oxigênio devido ao desconforto respiratório. Diante da falta de leitos em UTI e com a piora do quadro, a família obteve decisão favorável para transferi-la, mas a paciente faleceu antes da transferência ser efetivada, em 15 de janeiro.

A juíza ressaltou que, apesar das alegações do estado sobre a continuidade do fornecimento de oxigênio e as complicações da doença e idade como causa do óbito, os fatos evidenciam o contrário. Ela ressaltou o colapso no fornecimento de oxigênio no Estado do Amazonas em 14 de janeiro de 2021, resultando no desabastecimento em várias unidades de saúde.

“[…] fica evidente que a falecida estava num quadro grave de Covid-19, com piora acentuada no quadro em 14/01/2021, necessitando da utilização de oxigênio medicinal para sobreviver e de internação em UTI, sendo que, neste mesmo dia, ocorreu o colapso no fornecimento de oxigênio medicinal no Estado do Amazonas, que provocou o desabastecimento em todas as unidades de saúde públicas e também em vários hospitais particulares, bem como o óbito de diversos pacientes”, disse Fraxe.

A  magistrada rejeitou, inclusive, “a alegação de ilegitimidade passiva da União e do Município de Manaus”, referindo-se ” à responsabilidade solidária dos três entes públicos em questões relacionadas à saúde”, conforme estabelecido “pelo STF, em repercussão geral”.

Respostas das Entidades

A Prefeitura de Manaus, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), afirmou  ao G1 que não foi notificada sobre o processo e se manifestará ao tomar ciência. Já, o governo estadual declarou que “dará seguimento aos trâmites jurídicos sobre a questão” após a notificação oficial. A união foi procurada mas ainda sem retorno.

Com informações do G1 e CNN

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