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Ferroviários de São Paulo decidiram entrar em greve a partir da meia-noite do próximo dia 26 (de terça para quarta-feira) contra a privatização das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
A decisão foi tomada em assembleia na noite da quinta-feira (20) no Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Rodoviárias da Zona Central do Brasil. Segundo informativo da categoria, foi entendida a “necessidade de intensificar a luta”.
O leilão das três linhas de trem por parte do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) está marcado para a próxima semana. A gestão, que já privatizou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), pretende agora efetivar uma concessão de 25 anos para a linha privada, com previsão de investimentos de R$14,3 bilhões.
Com o objetivo de impedir a venda para a iniciativa privada, os ferroviários aprovaram a formação de um comando de greve e uma manifestação em frente à bolsa de valores B3 na terça-feira (25) às 9h. A decisão dos trabalhadores é de manter a greve até que haja uma garantia por escrito do governador Tarcísio de cancelamento do leilão.
O movimento grevista afirma, ainda, que não aceitará demissões e que, caso haja, a paralisação continua. A previsão é interromper o funcionamento das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.
“Privatizar a CPTM é transformar tudo em linhas 8 e 9!”, declara o informativo Trilhando, do Sindicato dos Ferroviários. Eles se referem às linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, já privatizadas e operadas pela empresa ViaMobilidade.

Assembleia realizada na noite de quita-feira (20). (Foto:Adamo Bazini/Diário do Transporte)
Ferroviários e precariedade do sistema
Por conta de constantes falhas e acidentes nas linhas privatizadas, em janeiro o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil para investigar a concessionária por irregularidades na operação de 35 trens. Ofícios foram enviados para a ViaMobilidade, a CPTM e a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), pasta do governo estadual responsável pelo leilão agendado para a próxima semana.
As linhas que a gestão Tarcísio pretende privatizar conectam o centro de São Paulo com a Zona Leste e cidades da região metropolitana, entre as quais Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos. Cerca de 4,6 milhões de pessoas vivem nos territórios atendidos por estas linhas. De acordo com a SPI, três grupos demonstraram interesse no empreendimento. Os ferroviários não gostam da ideia.
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