Por Nicolás Satriano
A Passagem de Rafah, fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, foi reaberta na tarde de hoje (hora de Gaza), segunda-feira (6). Havia três dias que o acesso estava fechado — inclusive nesta manhã — e nenhuma lista de estrangeiros autorizados a deixar o território foi divulgada pelas autoridades de Israel e/ou do Egito. O que se espera é que, agora, o fluxo de de saídas volte a ser retomado.
De acordo com o embaixador Alessandro Candeas, representante brasileiro na Palestina, o primeiro movimento em Gaza após a reabertura da passagem foi levar pessoas feridas no conflito entre Israel e Hamas para a fronteira pela Cruz Vermelha e pela organização Crescente Vermelho. A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, também hoje, que são cerca de 23 mil os feridos por bombardeios e conflitos armados em Gaza.
A partir da reabertura da fronteira, a expectativa da diplomacia do Brasil é que o grupo de 34 brasileiros trancado em Gaza seja incluído em novas listas e, nos próximos dias, possivelmente sejam autorizados a cruzar a fronteira e entrar no Egito.
“Os estrangeiros das listas anteriores poderão continuar saindo”, afirmou o embaixador ao ICL Notícias.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse na semana passada que os 34 cidadãos brasileiros devem conseguir cruzar a fronteira até quarta-feira (3). Ao comunicar a previsão, o ministro disse que tinham avançado as negociações por telefone com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen.
Até quinta-feira da última semana, os brasileiros foram deixados de fora da lista de cidadãos estrangeiros ou com dupla nacionalidade autorizados a deixar Gaza pela passagem de fronteira com o Egito. O conflito entre Israel e Hamas completa, nesta segunda, 31 dias.
RECURSOS ACABANDO
A brasileira Shahed Al-Banna, de 18 anos, que está presa em Gaza, contou ao ICL Notícias que, ontem, domingo (5), o gás que usavam para cozinhar havia terminado. A saída dela e de outros cidadãos brasileiros foi usar fogo alimentado com gravetos para fazer chá e cozinhar pão.
O fogareiro é improvisado sobre uma estrutura enferrujada e com ferros retorcidos. Na foto encaminhada à reportagem aparece Alajrami Ahmed, de 43 anos, outro brasileiro preso em Gaza. A água potável também está acabando, segundo Shahed. Pelos cálculos dela, a quantidade disponível deve durar até esta segunda.
A jovem também contou que pediu ajuda à embaixada na Palestina, que enviou dinheiro para que eles comprem suprimentos.
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