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Gleisi Hoffmann, sobre emendas parlamentares: ‘R$ 53 bilhões é um ultraje’

A presidente do PT defendeu que a sociedade pressione o Parlamento a conter o avanço na gestão do Orçamento
05/02/2024 | 06h00

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), fez críticas ao valor das emendas parlamentares (R$ 53 bilhões) aprovadas pelo Congresso Nacional no orçamento deste ano. Em entrevista ao jornal O Globo, Gleisi classificou o valor como um “ultraje” e defendeu que a sociedade pressione o Parlamento a conter o avanço na gestão do Orçamento.

“Achei um ultraje o valor aprovado para emendas parlamentares no Orçamento, R$ 53 bilhões. É quase o total para investimento. Não sou contra as emendas, mas elas não podem substituir (o papel do governo). Não há um planejamento para o país na execução desses recursos, que seguem interesses dos parlamentares. Aí, o presidente (Lula) veta R$ 5,6 bilhões, e o pessoal do Congresso fica bravo, chateado. Não pode ser assim. Tudo tem limite. Temos que conservar o que é papel constitucional de cada Poder”, ressaltou Gleisi Hoffmann.

No texto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, aprovado pelos parlamentares, dos R$ 53 bilhões destinados a deputados e senadores, R$ 16,7 bilhões são de emendas de comissões — mais que o dobro do que foi aprovado em 2023, de R$ 7,5 bilhões. Já as emendas individuais obrigatórias foram fixadas em R$ 25 bilhões, enquanto R$ 11,3 bilhões são para as emendas de bancadas.

Na sanção do orçamento, o presidente Lula (PT) vetou $ 5,6 bilhões sobre o orçamento das emendas parlamentares. No entanto, deputados e senadores já admitem a possibilidade da derrubada do trecho no Congresso, que retorna de recesso nesta segunda-feira (05).

Na entrevista, a presidente do PT comentou sobre a atuação do governo para tentar combater esse valor de emendas em 2024. Segundo Gleisi Hoffmann, o governo evitaria o aumento no valor se tivesse maioria no Congresso.

“Se tivéssemos maioria no Congresso, teríamos conseguido evitar esse crescimento exorbitante. Infelizmente, não temos uma correlação de forças para isso. Precisamos que a sociedade nos ajude, para não deixar o Legislativo avançar desse jeito numa situação que não é de sua responsabilidade constitucional”, afirmou.

Gleisi Hoffmann abordou, ainda, a possibilidade da candidatura à reeleição do presidente Lula (PT). “O Lula tem que ser nosso candidato à reeleição. Não tenho dúvida. Está na resolução do PT. E nossa missão tem que ser fazer com que essa frente permaneça. Ela é totalmente expressa na formação do governo, na condução da economia e no relacionamento com o Congresso”, disse.

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