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Greve de professores de federais começa com adesão de ao menos 21 instituições

Servidores planejam marcha Brasília na quarta para cobrar reajuste, enquanto equipes do MEC participam das mesas de negociação
16/04/2024 | 06h51

Por Mariana Brasil e Paulo Saldaña

(Folhapress) — O primeiro dia da greve nacional de professores, nesta segunda-feira (15), teve adesão de ao menos 21 instituições federais de ensino, segundo balanço do Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).

Professores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais das cinco regiões do Brasil já haviam anunciado a paralisação. A categoria exige reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% — a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

A Andes-SN afirmou que, além da recomposição salarial, existe a necessidade de investimentos públicos nas instituições federais de educação, diante da corrosão desses investimentos no governo passado, sob Jair Bolsonaro (PL).

O MEC (Ministério da Educação) da gestão Lula (PT) informou, em nota, que busca alternativas de valorização dos servidores da educação. No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores, argumentou a pasta.

Equipes do MEC vêm participando, ainda segundo a nota, da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e da mesa setorial que trata de condições de trabalho.

Na última quinta-feira (11), o MEC realizou a primeira reunião da Mesa Setorial de Negociação Permanente. “A carreira de técnico-administrativos será reestruturada neste governo, mas dependemos do espaço fiscal que a junta orçamentária e o governo definirão”, disse na ocasião o secretário executivo adjunto do MEC, Gregório Grisa.

Segundo balanço da Andifes (órgão que reúne reitores das universidades) no fim do dia, 18 universidades ainda farão assembleia para decidirem sobre adesão e 12 decidiram por não aderir à greve.

A organização diz que 15 universidades teriam decidido pela greve até agora: UFV, UFC, UFCA, UFPel, UnB, UFMA, UFCSPA, Unir, Ufop, UFV, UFPR, Unifesspa, UFTP, FURG e UFMG.

A Andifes representa todas as 69 universidades federais e dois centros federais de educação tecnológica. Em nota, a organização diz que acompanha de perto as reivindicações e tem mantido conversado com representantes dos sindicatos.

Já o Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica) ainda não tinha balanço completo sobre a adesão nos institutos federais.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou maiores negociações do governo mas defendeu o direito à greve ao comentar sobre as reivindicações salariais dos servidores públicos. Lula disse que a ministra Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) está “fervilhando de problemas”, por suas negociações com servidores públicos.

“Ela [Esther] está fervilhando de problemas. Acho até que não devia ter deixado ela vir para cá, devia ficar negociando antes que a gente receba de presente as greves”, disse. “A gente pode até não gostar, mas [greves] são direito democrático dos trabalhadores. Não tenho moral para falar contra greve, nasci das greves. Então sou obrigado a reconhecer”.

Greve: instituições que já aderiram ao movimento

  1. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) — campi Pouso Alegre e Poços de Caldas.
  2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) — campus Rio Grande.
  3. Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
  4. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).
  5. Instituto Federal do Piauí (IFPI).
  6. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).
  7. Universidade Federal de Brasília (UnB).
  8. Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
  9. Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
  10. Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
  11. Universidade Federal de Viçosa (UFV).
  12. Universidade Federal do Cariri (UFCA).
  13. Universidade Federal do Ceará (UFC).
  14. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
  15. Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
  16. Universidade Federal do Pará (UFPA).
  17. Universidade Federal do Paraná (UFPR).
  18. Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
  19. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
  20. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
  21. Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Com indicativo/ construção de greve aprovada sem data de deflagração

  1. Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
  2. Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
  3. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
  4. Universidade Federal do Piauí (UFPI).
  5. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
  6. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
  7. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

Deflagração/ indicativo de greve após 15/04

  1. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ).
  2. Instituto federal do Rio Grande do Sul (IFRS) — campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão.
  3. Universidade Federal de Sergipe (UFS).
  4. Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
  5. Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Em estado de greve

  1. Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
  2. Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
  3. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
  4. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
  5. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
  6. Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
  7. Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
  8. Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

*Outras universidades não ligadas ao sindicato também podem parar

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