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Haddad discute nova regra fiscal com Lula nesta 6ª (17). Metas individuais de controle de gastos geram debates dentro do governo

Ideia de dividir as metas para controle de despesas, com o objetivo de permitir um controle mais rigoroso ou um crescimento mais flexível de determinadas despesas, é visto com reservas por parte do governo
17/03/2023 | 12h39

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne, nesta sexta-feira (17), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para apresentar-lhe o projeto da nova regra fiscal que substituirá o teto de gastos. Embora ainda não tenham sido divulgados detalhes da proposta, há ao menos um item do projeto, revelado pela imprensa, que tem provocado debates dentro do governo: a criação de metas individuais de gastos para diferentes tipos de despesas.

Proposta pela equipe de transição para a área de economia, a ideia de dividir as metas – por exemplo, custeio da máquina pública, investimentos em obras públicas e com pagamento de pessoal – tem o objetivo de permitir um controle mais rigoroso ou um crescimento mais flexível de determinadas despesas, de acordo com a categoria.

Mas, segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o instrumento de controle individual enfrenta resistência de uma ala do governo, cujo entendimento é de que esse mecanismo pode engessar o Orçamento.

Fontes ouvidas pela reportagem da Folha disseram que membros do governo Lula defendem que a meta de controle de gastos seja global, o que contribuiria para dar mais flexibilidade às equipes no remanejamento de uso de recursos.

O novo arcabouço fiscal, que vai substituir o teto de gastos (regra fiscal que limite o aumento de gastos do governo à inflação passada), já está no Planalto e, detalhes da proposta serão anunciadas antes da viagem do presidente Lula à China, no dia 24 de março.

Alvo de críticas do então candidato Lula, a expectativa é que o mecanismo substituto ao teto de gastos venha com uma nova roupagem, pois, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), a regra fiscal foi furada diversas vezes para fazer caber as promessas eleitoreiras do ex-presidente. Lula criticava o instrumento pelo fato de restringir despesas com saúde e educação, áreas primordias para o governo do petista.

Ministério da Fazenda já indicou que nova regra fiscal conterá mecanismos para controlar a velocidade do crescimento dos gastos

Ao longo da semana, declarações de membros do governo deram sinais de que a proposta deve conter mecanismos para controlar a velocidade de crescimento dos gastos. Antes de mostrar a Lula, Haddad encaminhou a proposta a Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o qual teria aprovado o projeto.

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, disse que a proposta vai “agradar a todos”, incluindo o mercado financeiro.

Além do pacote econômico anunciado por Haddad para ajudar a reduzir o déficit de mais de R$ 230 bilhões do Orçamento de 2023, entregue ao Congresso em agosto do ano passado pelo governo Bolsonaro, o novo arcabouço fiscal contribuirá para que o atual mandatário administre a trajetória da dívida pública.

De modo geral, a expectativa é que a nova regra fiscal seja mais flexível que o atual teto de gastos. Em vez de restringir gastos, o foco da equipe econômica será buscar mais receitas, com vistas a trazer mais estabilidade fiscal.

Membros da equipe econômica têm declarado a regra fiscal permitirá alcançar o objetivo de zerar o déficit público ainda em 2024.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S.Paulo

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