ICL Notícias

As hepatites virais representam um grave problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, é claro, não poderia ser diferente e os tipos mais comuns são a A, B e C.

Na região Norte, no entanto, é possível encontrar casos do tipo D. Já a hepatite E é a mais rara, com maior incidência nos continentes africano e asiático.

Veja abaixo um guia para saber como diferenciar os cinco tipos de hepatites virais.

Hepatite A

A hepatite A é uma infecção causada pelo vírus HAV. Na maioria dos casos, é uma doença autolimitada, transmitida por ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes ou devido aos baixos níveis de saneamento básico e higiene pessoal.

Os sintomas iniciais são fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, urina escura, fezes claras e pele e olhos amarelados.

A contaminação também pode ocorrer por contatos pessoais ou próximos entre pessoas com a infecção e por contatos sexuais. Crianças menores de 5 anos, a partir dos 12 meses de idade, podem se vacinar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir a infecção pelo vírus.

Para evitar o contato com a doença, é necessária uma higienização adequada das mãos, alimentos, pratos, talheres e instalações sanitárias. Usar preservativos e manter as regiões genitais limpas antes e após as relações sexuais também são métodos de prevenção.

Não há nenhum tratamento específico para a hepatite A. Com o medicamento mais adequado prescrito por um médico, o paciente terá uma melhora e vai garantir o balanço nutricional, incluindo a reposição de nutrientes perdidos pelos vômitos e diarreia. A hospitalização é indicada apenas nos casos de insuficiência hepática aguda.

Vacinação é uma das formas de se prevenir contra as hepatites A e B (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Hepatite B

Considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), uma das principais formas de contrair a hepatite B é por meio de relação sexual desprotegida. É uma doença infecciosa causada pelo vírus HBV, presente no sangue e nas secreções. Na maioria dos casos, a hepatite B não apresenta sintomas.

Cerca de 20% das pessoas adultas infectadas cronicamente pelo vírus podem desenvolver cirrose e câncer de fígado. Por isso, é importante realizar a testagem de gestantes durante o pré-natal e a profilaxia para a prevenção da transmissão vertical.

O compartilhamento de seringas, agulhas, cachimbos, canudos, lâminas de depilação, escovas de dentes, alicates de cutícula ou outros objetos perfurantes também podem acarretar contração da hepatite B.

A vacina é a melhor forma de prevenção para a doença e está disponível para todas as pessoas no SUS. Em crianças, deve ser aplicada em quatro doses, sendo a primeira ao nascer e as seguintes aos 2, 4 e 6 meses (a pentavalente).

Os adultos que não se vacinaram na infância precisam tomar três doses em um intervalo de 6 meses. Pessoas com imunossupressão ou que vivem com HIV precisam de um esquema especial, com o dobro do volume em cada dose, administrada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Hepatite C

É um processo infeccioso e inflamatório causado pelo vírus HCV. Pode se manifestar na forma aguda ou crônica, sendo a segunda a mais comum. É uma doença silenciosa que acomete o fígado e, em alguns casos, pode desenvolver uma cirrose. Há também o risco de desenvolvimento de carcinoma hepatocelular (CHC) e de descompensação hepática.

Apesar de não apresentar sintomas na maioria dos casos, a hepatite C pode se manifestar com febre, fadiga, náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, urina escura e icterícia. A infecção pode ocorrer pelo contato com sangue contaminado, compartilhamento de objetos perfurantes e cortantes e falhas de esterilização.

A testagem espontânea da população prioritária é imprescindível no combate a esse tipo da doença. O tratamento é feito com antivirais de ação direta por 12 ou 24 semanas. Todas as pessoas infectadas pelo HCV podem receber o tratamento pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Hepatite D

Também chamada de Delta, a hepatite D é uma infecção causada pelo vírus HDV. Para se replicar, precisa estar associado ao vírus da hepatite B. Desta forma, a contaminação pelo HDV está associada sempre em pessoas com HBV e só assim pode causar inflamação das células do fígado.

A forma crônica é considerada a mais grave, com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado para descompensação, carcinoma hepatocelular e morte.

A transmissão da doença é idêntica à do tipo B. Por isso, a vacina contra o HBV também protege contra o HDV. Os sintomas, quando aparecem, são cansaço, tontura, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

O tratamento da hepatite D acontece por meio do controle do dano hepático e todas as pessoas com este tipo da doença podem realizar as terapias disponibilizadas pelo SUS. Além do tratamento medicamentoso, recomenda-se que a pessoa não consuma bebidas alcoólicas.

Hepatite E

A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus HEV de curta duração e autolimitada. Na maioria dos casos, é de caráter benigno. Porém, a hepatite E pode ser grave em gestantes e, mais raramente, causar infecções crônicas em pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência.

É transmitida via fecal-oral e pelo consumo de alimentos e de água contaminada, em locais com infraestrutura sanitária inadequada, além da ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais, transfusão de produtos sanguíneos infectados e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê. As formas de prevenção e tratamento são semelhantes à da hepatite A.

*Com informações do Ministério da Saúde

SAIBA MAIS:

Fake news: saiba como identificar notícias falsas sobre vacinação

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail