O Hospital Sanatório, no bairro Pinheiro, em Maceió, foi esvaziado porque corre o risco de o terreno onde está afundar. A unidade de sáude fica em um bairro vizinho a uma antiga mina da Braskem na cidade, e cuja caverna pode colapsar.
A região onde está a antiga mina se chama Mutange, e é uma das zonas de Maceió desocupadas por conta do risco de desmoronamento das escavações. A operação para retirar os pacientes foi iniciada na noite da última quarta-feira (29).
No mesmo dia, a Defesa Civil de Maceió alertou para o “risco iminente de colapso em uma das minas monitoradas” pelo órgão. De acordo com o comunicado, o colapso da estrutura poderia provocar o surgimento de uma “imensa cratera no Mutange”.
No dia anterior, já se havia recomendado que a circulação de pessoas e de embarcações fosse restringida na região.
Em nota ao portal g1, a direção do Hospital disse que adotou a “medida de segurança, precaução e prevenção de desastres” devido a uma possível repercussão na área onde está localizado o hospital.
A Secretaria de Saúde de Maceió, além de determinar a retirada de todos os pacientes do hospital, suspendeu o ponto facultativo das Unidades Básicas de Saúde, em virtude do Dia do Evangélico.
Segundo a secretaria, também foi reforçado o atendimento e profissionais foram convocados para agir em caso de risco.
Risco de colapso
Nesta quarta, foi identificado o risco de colapso da Mina 18 da Braskem, no Mutange. Moradores da região receberam o seguinte aviso por SMS: “risco de colapso na região desocupada próxima ao antigo campo do CSA. Se estiver na área, procure um local seguro”.
Este mês, a região registrou cinco abalos sísmicos. Com isso, o monitoramento na área foi reforçado.
Além de Pinheiro e Mutange, também são afetados pelo afundamento os bairros Bebedouro, Bom Parto e Farol. A situação fez a prefeitura decretar estado de emergência por 180 dias. O governo estadual também pode tomar uma medida semelhante.
Entenda o caso
A Braskem teve em Maceió 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica.
A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa um dia após a divulgação de laudo pelo Serviço Geológico apontando riscos nas escavações.
Recentemente, a jornalista Heloisa Vilela, do ICL, fez uma série de reportagens sobre a ação da mineradora Braskem em Maceió:
- Prefeitura de Maceió vendeu bairros de ‘Chernobyl Alagoana’ a Braskem
- Heloísa Villela: Lira tem ligação com ação da Braskem que gera ‘terremoto’ em Maceió
- Heloísa Villela mostra os problemas emocionais causados pela ‘Chernobyl Alagoana’
- Heloísa Villela: Ao menos 12 suicídios são registrados após ‘Chernobyl Alagoana’
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