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Ícone do cinema francês, Alain Delon morre aos 88 anos

Com mais de 90 produções cinematográficas, galã estrelou obras-primas nas décadas de 1960 e 1970
18/08/2024 | 08h07

O ator Alain Delon morreu na madrugada deste domingo (18) em Douchy, a cerca 130 quilômetros de Paris. O comunicado da morte de um dos ícones do cinema francês foi feito pelos três filhos. Ele tinha 88 anos.

“Alain Fabien, Anouchka, Anthony, assim como [o cachorro] Loubo, têm a imensa tristeza de anunciar a partida de seu pai. Ele faleceu pacificamente em sua casa em Douchy, cercado por seus três filhos e sua família (…) A família pede gentilmente que sua privacidade seja respeitada neste momento extremamente doloroso de luto”, diz o comunicado.

Nascido em 8 de novembro de 1935, em Sceaux, um subúrbio ao sul de Paris, Alain Fabien Maurice Marcel Delon tinha quatro anos quando os pais se separaram. O garoto teve uma infância turbulenta, com frequentes expulsões da escola.

Na adolescência, Delon trabalhou como aprendiz de açougueiro com o pai e abandonou os estudos aos 15 anos. Dois anos depois, se alistou na Marinha e lutou na Guerra da Indochina, sendo dispensado em 1955, quando se mudou para Paris. O galã trabalhou como porteiro, garçom e vendedor.

Delon: ícone do cinema

A primeira aparição no cinema foi ainda em 1957, interpretando um assassino de aluguel no thriller “Quand la femme s’en mêle”. O reconhecimento, no entanto, veio com o personagem Tom Ripley, de “O sol por testemunha” (1960), de René Clément. No mesmo ano, estrelou o clássico “Rocco e seus irmãos”, de Luchino Visconti.

Com Luchino Visconti, Delon também trabalharia em “O leopardo” (1963). O ator, aliás, dividiu os sets de filmagens com diversos outros diretores que marcaram o cinema europeu nas décadas de 1960 e 1970, como Michelangelo Antonioni (“O eclipse”, de 1962), Jean-Pierre Melville (“O samurai”, de 1967, “O círculo vermelho”, de 1970 e “Expresso para Bourdeaux”, de 1971) e Valerio Zurlini (“A primeira noite de tranquilidade”, de 1972).

No mesmo período, Delon também brilho no cinema americano. Com Joseph Losey, fez “O assassinato de Trotsky” (1972) e “Cidadão Klein” (1976). O ator também esteve em produções de Jean-Luc Godard, como “Nouvelle vague” (1990), e Agnès Varda, com “As cento e uma noites” (1995). Foram mais de 90 produções cinematográficas.

Casamentos

Entre 1964 e 1969, Delon foi casado com a atriz Nathalie Delon. Da união, nasceu o primeiro filho, Anthony. Entre 1987 e 2001, o ator viveu com a modelo holandesa Rosalie Van Bremen, com quem teve outros dois filhos — Alain-Fabien Delon e Anouchka Delon.

Saúde

Em 2012 e 2013, Delon foi internado após episódios de arritmia. Em 2017, foi submetido a uma cirurgia cardíaca. Em 2019, o ator sofreu um AVC e passou a viver recluso em casa. Após o AVC, ele chegou a mencionar diversas vezes a possibilidade de recorrer ao suicídio assistido.

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