O primeiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) aconteceu nesta terça-feira (25). Para além dos magistrados e dos advogados de defesa dos acusados, o julgamento também conta com a presença de figuras importantes na história da política brasileira.
Na primeira fila, estiveram Ivo Herzog e para Hildegard Angel, filhos do jornalista Vladimir Herzog e da estilista Zuzu Angel, duas vítimas da ditadura civil-militar.
Eles estiveram entre os 15 convidados para assistir à decisão dos magistrados, que devem transformar Bolsonaro em réu por tentativa de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes.
À Folha de S. Paulo, Ivo Herzog justificou sua decisão de comparecer ao julgamento “por ser um momento histórico”. “Pela primeira vez no Brasil agentes do Estado serão processados por atentarem contra a democracia”, ressaltou. A data é simbólica: no ano de 2025 completam-se 50 anos do assassinato de Vladmir Herzog.

No ano de 2025 completam-se 50 anos do assassinato de Vladmir Herzog (Foto: Reprodução)
Hildegard Angel afirmou ser “uma obrigação histórica, humana e pessoal estar no julgamento, pelos mortos, desaparecidos e os que têm vida a viver”. Segundo ela, “Não é possível que o Brasil repita uma anistia equivocada e perversa.”
Nas demais fileiras estiveram autoridades como o ex-ministro de Direitos Humanos de Lula e ex-preso político, Paulo Vannuchi, e parlamentares como a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e o deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), que é líder do PL na Câmara.
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