Documento da Junta Comercial de São Paulo aponta que o representante e administrador da rede social X no Brasil, o advogado Diego de Lima Gualda, apresentou carta de renúncia ao cargo.
O pedido na Junta Comercial foi protocolado em 8 de abril, dois dias após Elon Musk, dono da rede social, atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Junta Comercial: desde agosto
Gualda ocupava o cargo de representante da rede social desde agosto de 2023. Segundo a Junta Comercial, a ficha cadastral mostra que ele foi nomeado como procurador e administrador do X no país.
X perde publicidade federal
O jornalista William De Lucca, do ICL Notícias, publicou neste sábado (13), com exclusividade, que governo federal decidiu ampliar a decisão de retirar o X (antigo Twitter) das verbas publicitárias e agora a rede social do bilionário Elon Musk não receberá recursos de nenhum ministério ou órgão federal.
Na última sexta-feira (12), o ICL Notícias também havia noticiado em primeira mão que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) havia determinado que a rede social seria excluída de todos os planos de mídia da pasta, mas a decisão foi ampliada, de acordo com fontes próximas ao ministro Paulo Pimenta (PT).
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Segundo Junta Comercial, representante estava no cargo desde agosto de 2023. Saída ocorreu dois dias antes de Elon Musk ataca Judiciário. Foto: Reprodução
Ataques
No sábado passado (6), Musk usou seu perfil oficial para fazer uma série de ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e à Justiça brasileira.
Musk também prometeu levantar “todas as restrições” impostas pelo Judiciário e ameaçou fechar o escritório da companhia no Brasil.
Em uma de suas publicações, Musk provocou: “Por que você está fazendo isso @alexandre”, marcando o perfil do ministro Alexandre de Moraes.
“A X Corp. foi forçada por decisões judiciais a bloquear determinadas contas populares no Brasil. Informamos a essas contas que tomamos tais medidas”, diz a publicação.
Resposta
Após os ataques, o ministro Alexandre de Moraes incluiu o bilionário Elon Musk entre os investigados no inquérito das milícias digitais, do qual é relator. A decisão é uma reação ao fato de o empresário ter ameaçado não cumprir mais decisões judiciais do Brasil e atacar o Judiciário.
Na decisão, Moraes ainda determina que a empresa e qualquer um de seus representantes se abstenham de desobedecer qualquer ordem judicial já existente e de reativar perfis bloqueados por determinação do STF ou do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob pena de multa diária de R$ 100 mil por cada perfil reativado.
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