A 2ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu suspender o pagamento de R$ 581 mil referentes a férias acumuladas de Domingos Brazão no Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE–RJ). O montante se refere aos anos de 2017 a 2022.
No período, Domingos Brazão ficou afastado do cargo por suspeita de fraude e corrupção. Ele e outros quatro conselheiros do TCE–RJ foram presos temporariamente em 2017 após a Operação Quinto do Ouro, da Polícia Federal, um desdobramento da Lava Jato.
A decisão é da juíza Georgia Vasconcelos, que atendeu à ação popular protocolada pelo deputado federal Tarcísio Motta (PSOL–RJ). Nela, é pedida a anulação do ato do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro que concedeu o direito a acumuladas para o conselheiro Domingos Brazão.
A magistrada determinou que o TCE–RJ seja intimado com urgência, “sob pena de responsabilização criminal”. Isso porque o pagamento pode ser efetuado a qualquer momento pelo órgão.
“Defiro o pedido liminar para suspender todos os efeitos da decisão da presidência do TCE-RJ, que deferiu o pedido de Domingos Brazão de conversão em pecúnia do período de férias. Prazo para cumprimento: 24 horas, sob pena de responsabilização criminal do servidor responsável pelo cumprimento”, diz a liminar.
Segundo a juíza, dois incisos do artigo 11 do Estatuto dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro não permitem o pagamento das férias acumuladas por Domingos Brazão.
“Observe-se que, nos incisos grifados por este juízo (XI e XII), é exigida a absolvição/inocência do servidor público, o que ainda não ocorre, porque não se tem notícia do julgamento dos processos que culminaram no afastamento do conselheiro”, observou a juíza.

Justiça determinou que Chiquinho Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa e Domingos Brazão cumpram prisão preventiva pelo assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
Justiça determina presídio federal
Atualmente, Brazão está no presídio federal de Porto Velho. Ele e o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido–RJ), foram presos por suspeita de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Além dos irmãos Brazão, a Justiça determinou que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, também cumpra prisão preventiva por atrapalhar as investigações da morte de Marielle Franco e de Anderson Gomes.
Pergunte ao Chat ICL
Relacionados
STJ rejeita pedido de impeachment de Domingos Brazão
Decisão entende que acusações criminais não têm relação com a função
Domingos Brazão nega a deputados relação com milícias do Rio
Em depoimento ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Brazão afirma não ter relação com acusados do assassinato de Marielle Franco
PF vê relação entre Flávio Bolsonaro e Domingos Brazão, denunciado pela morte de Marielle
Assessorias do senador e do ex-conselheiro do TCE-RJ conversaram sobre ingressos para carnaval e emenda parlamentar