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Por Francisco Lima Neto

(Folhapress) — O TJ–SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou o pedido de prisão do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que conduzia um Porsche que se chocou contra um Sandero e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, na madrugada do último domingo (31), em São Paulo.

Fernando foi indiciado criminalmente por homicídio doloso, lesão corporal e fuga de local de acidente, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), e nesta segunda (1º) a Polícia Civil havia requisitado a prisão temporária do empresário.

“Foi negado o pedido de prisão temporária em plantão judiciário por não estarem presentes os requisitos necessários, previstos na Lei 7.960/89”, respondeu o TJ–SP, via assessoria de imprensa.

O empresário fugiu do local do acidente e se apresentou no 30º DP (Tatuapé) apenas na tarde de segunda.

A defesa afirmou que o acidente foi “uma fatalidade”. “Prematuro, neste momento, julgarmos as causas do acidente, na medida em que os laudos das perícias realizadas ainda não foram concluídos”, diz nota assinada pelos advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum.

De acordo com o boletim de ocorrência, o Porsche dirigido pelo empresário bateu na traseira do Sandero conduzido por Ornaldo. Ele foi levado por bombeiros ao Hospital Municipal do Tatuapé, mas não resistiu aos múltiplos traumatismos e morreu. Imagens do acidente mostram o forte impacto da colisão.

Os filhos de Ornaldo disseram ter “sentimento de impunidade e injustiça”. Em entrevista ao programa Encontro, da TV Globo, nesta terça (2), Lucas Morais, um dos filhos do motorista, criticou a condução do caso e o fato do empresário ter deixado o local do acidente.

“A forma como ele se evadiu do local com a presença da polícia é [algo] muito complicado. É um sentimento de impunidade, de injustiça. Como acontece um acidente desse tamanho e simplesmente o cara sai do local, com a presença da polícia?”, questionou.

Ele pediu justiça e disse esperar “que ninguém fique acima da lei”. Lucas também criticou decisão da Justiça de negar o pedido de prisão temporária do empresário.

Motorista da Porsche

A defesa nega que Fernando tenha fugido. Segundo os advogados, quando o empresário deixou o local, acompanhado da mãe, as vítimas já estavam sendo socorridas — um passageiro do Porsche, de 22 anos, ficou ferido no acidente.

O empresário foi liberado pela Polícia Militar para ser encaminhado ao Hospital São Luiz Ibirapuera, devido a um suposto ferimento na boca, mas não foi encontrado no local por policiais que o procuraram na unidade para ouvi-lo e fazer o teste do bafômetro. A informação recebida pela PM foi que Fernando não havia dado entrado em nenhum hospital da rede São Luiz. Ele e a mãe também não atenderam as ligações dos policiais.

Em nota, a SSP afirma que a PM apura a dinâmica da ocorrência para identificar eventual erro de procedimento.

Os advogados afirmam que havia receio de linchamento, pois “naquele momento ele passou a sofrer linchamento virtual” e por isso houve a decisão de “resguardo”. A defesa afirma ainda que Fernando estava em choque com o acidente e a morte do motorista do outro veículo.

“Todas as circunstâncias do acidente serão devidamente apuradas no curso da investigação, com a mais ampla colaboração de Fernando”, afirmam os advogados.

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