O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve vetar a tese do marco temporal, aprovada às pressas no Senado depois que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o texto era inválido. A decisão dos ministros fez eclodir uma crise institucional com a Justiça, e políticos da oposição manobram para reverter, no Congresso, o que o Supremo determinou.
A tese do marco temporal impede que indígenas reivindiquem terras que não ocupavam antes da Constituição de 1988. Ao barrar a tese, o Supremo desagradou principalmente parlamentares ligados à bancada ruralistas. Entretanto, ao fixar regras para a decisão, os ministros abriram a possibilidade de que proprietários de terras “de boa-fé” sejam indenizados.
Para a oposição, as indenizações estão longe de serem uma resposta suficiente. Ainda assim, aliados do governo indicam que o presidente Lula irá vetar integral ou parcialmente o texto aprovado às pressas no Senado.
Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) afirmou à Carta Capital, ontem, que Lula vai vetar o projeto de lei, já encaminhado à sanção. Se isso acontecer, a Casa pode convocar outra sessão para tentar derrubar o veto.
Relacionados
PF cita ‘riscos concretos’ de vazamento no STJ ao pedir transferência de inquérito para STF
Pedido da PF embasou fase mais recente da Operação Sisamnes, que investiga suspeitas de venda de decisões judiciais no STJ
Decisão do STF sobre PJs prolonga espera de escravizados por indenização
Ministro Gilmar Mendes suspendeu todos os processos sobre 'pejotização' no trabalho
PF toma depoimento de atual diretor-geral da Abin decidida a indiciá-lo
Inquérito apura o suposto uso ilegal do órgão durante o governo de Jair Bolsonaro (PL)