Por Isabela Palhares
(Folhapress) — A Polícia Militar e a Guarda Civil bloquearam os quarteirões que dão acesso à B3 na manhã desta terça-feira (29), onde vai acontecer o leilão para a parceria público-privada para a construção e manutenção de escolas estaduais paulistas — projeto da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Foram feitos bloqueios nas ruas que dão acesso à B3 para impedir a chegada de integrantes de movimentos estudantis e sindicatos ao local. Somente pessoas autorizadas podem circular pelos três quarteirões do entorno.
Estudantes: ‘Minha escola não está à venda’
Os estudantes protestam com cartazes que dizem “minha escola não está a venda” e “não à privatização das escolas”. Manifestantes da Apeoesp, principal sindicato dos professores de São Paulo, também foram impedidos de se aproximar do local.

O projeto de privatização de escolas públicas de Tarcísio de Freitas concede à iniciativa privada a construção e gestão de unidades no estado de São Paulo (Foto: Divulgação/Cleiby Trevisan)
Serão dois lotes, um com 17 escolas e outro com 16. As unidades serão construídas em 29 municípios do interior de SP e irão oferecer, ao todo, 35,1 mil vagas. Poderão sair vencedoras, portanto, duas empresas, cada uma responsável por um lote. Mas, segundo a SPI, uma mesma empresa poderá vencer as duas licitações e ficar responsável pelas 33 unidades.
Haverá três tipos de escolas, com 21, 28 e 35 salas de aula, e, segundo a SPI, todas terão que obedecer a um padrão arquitetônico e conter, entre outros espaços, anfiteatros, laboratórios, pátios, refeitório e quadras poliesportivas cobertas com vestiários, além de uma sala para sediar o grêmio estudantil.
A iniciativa tem gerado críticas entre educadores que avaliam que é responsabilidade do Estado gerir essas escolas com eficiência, não transferir tal dever a um ente privado. A PPP prevê que todas as atividades pedagógicas permaneçam sob responsabilidade da Secretaria da Educação, assim como a contratação de professores.
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