A última semana marcou um novo capítulo no conflito envolvendo a família Bolsonaro, o ex-coach Pablo Marçal e — como não podia deixar de ser no bolsonarismo — o ministro Alexandre de Moraes. Na crise envolvendo Alexandre de Moraes e o bolsonarismo, o fim do escritório do X (Twitter) foi o novo capítulo de destaque.
A retirada da representação comercial e jurídica da empresa foi interpretada por atores ligados ao bolsonarismo como mais uma prova explícita da “censura perpetrada por Moraes”. Diferentemente do episódio envolvendo reportagem da Folha de São Paulo, a retirada do escritório no X no Brasil atraiu a atenção de atores não-polarizados, e apresenta potencial de expandir o campo de alcance deste tema.
No entanto, entre convocações para atos na avenida Paulista e ataques dos mais variados atores ligados ao bolsonarismo e ao lavajatismo, outro tema viria se destacar nesse agrupamento: o conflito entre Pablo Marçal e a família Bolsonaro.
Como exemplo, no dia 21 (quarta-feira) o conflito com bolsonaristas, a investigação de aliados de Marçal por envolvimento com tráfico, vídeo homofóbico, desistência de entrevista em canal bolsonarista e áudios de suposto golpe ofuscaram a pesquisa Atlas/Intel que colocou Marçal em 3º lugar na corrida eleitoral de SP.
Não apenas Carlos Bolsonaro, mas também atores como Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo e perfis influenciadores do bolsonarismo passaram a atacar diretamente o candidato. Em destaque novamente o antagonista do bolsonarismo: a ausência de um confronto explícito do ex-coach com Alexandre de Moraes é usada como (um dos) pretexto bolsonarista para desferir os ataques contra ele.
Assim como a saída do escritório do X (Twitter) do Brasil, o atrito público entre Pablo Marçal e Jair Bolsonaro gerou atenção e engajamento de atores não-polarizados e perfis de fofocas. Isso gerou uma série de fissuras internas ao cluster bolsonarista que limitam, em última instância, a ampliação do volume de menções ao tema que parecia central ao grupo nesse período: Alexandre de Moraes e STF.
Assim como qualquer fissura dentro de um agrupamento, vale ressaltar que existem usuários que criticam publicamente o posicionamento da família Bolsonaro. Apesar de não serem atores centrais, diversos usuários manifestam algum tipo de incômodo com a escolha de Nunes como candidato bolsonarista e o que entendem ser um excesso de ataques contra Marçal.
Sem dúvida, é cedo para fazermos uma análise do impacto de tal fissura no bolsonarismo. No entanto, é provável que tal conflito já esteja limitando um dos principais trunfos deste agrupamento: a sua coesão. Divididos entre a tal “Vaza Toga”, a defesa da família Bolsonaro e os ataques contra Pablo Marçal, o agrupamento não apenas vê minguar sua atuação como oposição ao governo federal, mas também vê em xeque a sua tão imprescindível capacidade de sintonia.
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