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Mauro Cid disse no STF que Bolsonaro ‘comandava’ organização do golpe, diz advogado a TV

"Ele era a pessoa que comandava essa organização", disse Cezar Bittencourt
23/11/2024 | 07h35

Como revelou nesta quinta-feira (21) a coluna de Juliana Dal Piva, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) sabia do plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” organizado pelos “Kids Pretos” para evitar a posse do presidente Lula após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Além disso, tinha conhecimento sobre o planejamento para assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e ainda do ministro Alexandre de Moraes.

Em entrevista concedida hoje à jornalista Andrea Sadi, no programa Estúdio I, da Globonews, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt afirmou que, segundo Cid, além de ter conhecimento de tudo, Bolsonaro “comandava a organização”.

Uma das perguntas da jornalista foi se o ex-ajudante de ordens teria confirmado a Alexande de Moraes que Bolsonaro sabia do plano de execução contra Lula, Alckmin e Moraes.

Cid implica Braga Netto em plano para matar Lula e Moraes

Mauro Cid, na saída do depoimento ao STF

Cezar Bittencourt responde: “Confirma que sabia, sim. Na verdade o presidente sabia tudo. Aliás, ele era a pessoa que comandava essa organização, tanto que ele acabou sendo denunciado pra a gente ali com uma denúncia do Ministério Público por esses fatos”.

Pouco depois, aparentemente por problemas técnicos, Bittencourt saiu do ar por alguns minutos. Ao retomar a entrevista, recuou do que tinha dito e negou que tivesse dito que Bolsonaro sabia de tudo. “Cid deu alguns detalhes [no depoimento]. Uma coisa para retificar. Eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo, até porque o tudo é muita coisa. Alguma coisa ele tinha conhecimento.”

Moraes decidiu manter delação de Mauro Cid

Após o depoimento para Moraes, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro conseguiu manter os benefícios do acordo de colaboração premiada com a PF. A Polícia Federal havia pedido a rescisão do acordo de colaboração premiada de Cid, após descobrir que ele havia omitido informações sobre a trama para os assassinatos.

A PF já tinha descoberto que a reunião para dar início ao plano dos assassinatos havia sido realizada na casa de Braga Netto, em novembro de 2022. Cid participou do encontro.

Também estiveram presentes parte dos militares com formação em Operações Especiais, conhecidos como Kids Pretos. Eles foram os responsáveis por colocar em prática o plano. A PF constatou que um grupo de ao menos seis militares chegaram a se posicionar em diversos pontos de Brasília para capturar Moraes em 15 de dezembro de 2022.

Depois da audiência, Alexandre de Moraes decidiu contrariar o pedido da Polícia Federal e manteve os benefícios da colaboração premiada de Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso duas vezes em inquéritos da PF, mas está em liberdade desde maio.

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