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À PF, Mauro Cid conta que entregou dinheiro da venda de joias a Bolsonaro, diz site

Ex-ajudante de ordens disse que, na reta final do governo, o próprio Bolsonaro teria pedido para vender alguns presentes
19/06/2024 | 17h53

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse em depoimento à Polícia Federal que teria entregado parte do dinheiro da venda das joias nas mãos do ex-presidente durante uma viagem oficial a Nova Iorque. A informação foi publicada pelo colunista Igor Gadelha, no site Metrópoles.

O dinheiro teria sido entregue em setembro de 2022. Bolsonaro estava na cidade americana para discursar na Assembleia Geral da ONU.

Segundo Cid, o dinheiro seria referente a relógios de luxo que Bolsonaro recebeu como chefe de Estado de autoridades estrangeiras. Os itens foram vendidos pelo próprio tenente-coronel nos Estados Unidos em 2022.

Uma fonte do colunista na PF disse que o tenente-coronel contou que os relógios teriam sido vendidos por cerca de US$ 68 mil e o dinheiro foi depositado em uma conta do pai dele, o general da reserva Mauro Lourena Cid.

O general reformado morava então em Miami, onde ele comandou o escritório da Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimentos (Apex) durante o governo Bolsonaro.

Após a venda dos relógios, Lourena Cid teria sacado os US$ 68 mil de forma parcelada, por causa do limite para os saques nas máquinas de caixa eletrônico.

Com parte do dinheiro em mãos, Lourena Cid teria viajado, em setembro de 2022, de Miami a Nova Iorque. Lá encontrou com o filho, que acompanhava Bolsonaro na viagem oficial para o evento da ONU.

general Lourena Cid

General Mauro Lourena Cid. Foto: Alesp

Pai de Cid entregou dinheiro a ele

Em relato à PF, o ex-ajudante de ordens afirmou que teria recebido parte do dinheiro da venda dos relógios das mãos de seu pai e repassado os dólares em espécie diretamente para Bolsonaro em Nova Iorque.

De acordo com o colunista, a versão foi dada por Mauro Cid nos depoimentos prestados à Polícia Federal ao longo dos últimos meses e reforçada pelo ex-ajudante de ordens na oitiva ocorrida na terça-feira (18/6).

Ao investigadores Cid disse que, na reta final do governo, o próprio Bolsonaro teria pedido para vender alguns presentes que considerava de seu acervo pessoal e que, por isso, achava que poderiam ser comercializados.

O ex-ajudante de ordens também disse à PF que outra parte do dinheiro da venda dos relógios teria sido entregue ao ex-presidente já em 2023 em Orlando, cidade americana onde Bolsonaro se refugiou após deixar o governo.

Procurado, o advogado e assessor de imprensa de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse à coluna de Igor Gadelha que o ex-presidente nega com veemência ter mandado vender ou recebido dinheiro referente à suposta venda de joias.

 

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