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Em gravação, Mauro Cid nega ter falado a palavra ‘golpe’ na delação à Polícia Federal

Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada em agosto de 2023
29/01/2025 | 10h19

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, aparece, em nova gravação revelada pelo jornalista Robson Bonin, da revista “Veja”, afirmando que teria ocorrido uma suposta inclusão da palavra “golpe”, de modo indevido, em sua delação premiada.

Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada em agosto de 2023 para relatar questões sobre o período em que atuou como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro no Planalto. Os relatos de Cid embasaram prisões e operações de busca e apreensão da Polícia Federal, contra bolsonaristas. Desde então, no entanto, o tenente-coronel , em áudios vazados, tem dado declarações conflitantes sobre a delação.

“Fala! Vou te dizer… Esse troço tá entalado, cara. Tá entalado. Você viu que o cara botou a palavra golpe, cara? Eu não falei uma vez a palavra golpe, eu não falei uma vez a palavra golpe! Então, quer dizer… Foi furo, foi erro, sei lá, acho até a condição psicológica que eu tava na hora ali (do depoimento). P… Eu não falei golpe uma vez. Não falei golpe uma vez”, diz Cid na nova gravação.

Mauro Cid

No fim de semana passado, a íntegra do primeiro interrogatório de Cid foi revelada pelo jornalista Elio Gaspari. Mauro Cid narra a participação de diferentes aliados de Bolsonaro nas discussões sobre um plano golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT) após as eleições de 2022.

Mauro Cid ofereceu R$ 100 mil para plano de assassinato de Lula e Moraes

Mauro Cid fechou um acordo de delação premiada em agosto de 2023. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

No depoimento, Cid que Bolsonaro trabalhava com duas hipóteses para manter-se no poder naqueles derradeiros dias de 2022 — e lá está a palavra golpe: “A primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um Golpe de Estado”.

A delação de Mauro Cid está sob sigilo, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante as investigações, várias provas foram obtidas, incluindo importantes informações recuperadas em arquivos apagados de aparelhos do próprio Cid.

Desde a delação, porém, Cid envolveu-se em confusões, chegando a ser preso por violar as medidas estabelecidas no acordo. Em depoimento ao STF, Cid disse que suas declarações, nessas conversas com pessoas próximas, eram um “desabafo” e negou que a PF tivesse adotado qualquer tipo de conduta irregular nas investigações.

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