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Medicamento contra Alzheimer precoce é aprovado nos EUA

A droga foi vista como segura e eficaz pelo conselho da FDA
22/07/2024 | 14h24

No início do mês a Food and Drug Administration (FDA) — agência federal dos EUA responsável por garantir a saúde pública — aprovou o medicamento Donanemab, um anticorpo monoclonal que pretende retardar a progressão do Alzheimer sintomática em estágios iniciais.

O medicamento, fabricado pela empresa farmacêutica Eli Lilly, combate a doença ao remover o acúmulo de placa amiloide no cérebro, que é uma característica do Alzheimer.

O Donanemab não é uma cura para a doença, mas, de acordo com os ensaios clínicos, o retardamento da progressão do Alzheimer causados pela droga é o suficiente para permitir que o paciente viva uma vida independente durante mais tempo, e participe com segurança nas atividades cotidianas.

Segundo a Eli Lilly, os dados dos estágios finais da pesquisa clínica mostraram “resultados altamente significativos”. Os testes da farmacêutica apresentaram cerca de 35% de chances de menor progressão da doença ao longo de 1 ano e meio, em comparação com os pacientes que receberam placebo.

Quando apresentados ao conselho do FDA, os resultados foram vistos como satisfatórios e os conselheiros votaram que o tratamento parecia seguro e eficaz.

Resultados adversos do medicamento

Cerca de 2% dos pacientes que tomaram o medicamento apresentaram resultados adversos graves durante o ensaio. Os pacientes que tomaram Donanemab tiveram uma taxa de mortalidade ligeiramente superior — 2%, em comparação com 1,7% que receberam placebo.

3 pessoas que tomaram Donanemab morreram após desenvolver ARIA, que são micro-hemorragias conhecidas como anomalias de imagem relacionadas com a amiloide.

O problema foi percebido nas primeiras seis semanas do ensaio. A farmacêutica realizou testes para ver se algum outro pacientes estava com ARIA assintomática, e alegou que interromperiam o tratamento caso fosse detectado.

Anticorpos monoclonais

Existem outros tratamentos que usam anticorpos monoclonais aprovados. No mercado, o Lecanemab da Eisai e da Biogen, vendido como Leqembi, já vem sendo usado para tratar pacientes com Alzheimer.

O primeiro medicamento que usa anticorpos monoclanais a ser autorizado pela FDA foi o Aducanumab, vendido como Aduhelm, que recebeu aprovação em 2021.

A Eli Lilly, se pronunciou dizendo que uma vez que os medicamentos funcionam melhor na fase sintomática inicial da doença, a empresa está trabalhando com outros para melhorar a detecção e o diagnóstico precoces.

“A cada ano, mais e mais pessoas correm o risco de contrair esta doença e estamos determinados a tornar a vida melhor para elas”, disse Anne White, vice-presidente executiva e presidente da Lilly Neuroscience, Eli Lilly and Company.

A Associação de Alzheimer comemorou a aprovação do medicamento

“Este é um verdadeiro progresso. A aprovação de hoje permite às pessoas mais opções e maiores oportunidades de ter mais tempo”, disse a dra. Joanne Pike, presidente e CEO da Associação de Alzheimer, em um comunicado à imprensa.

“Ter múltiplas opções de tratamento é o tipo de avanço que todos esperávamos — todos nós que fomos tocados, até mesmo pegos de surpresa, por esta doença difícil e devastadora”, Pike acrescentou.

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