Nunca a mídia hereditária — formada por meios de comunicação de famílias tradicionais — adotou de forma tão precoce o seu candidato às eleições para presidente da República.
Nem mesmo na escolha por Fernando Collor, acolhido e maquiado pela imprensa somente durante o andamento da corrida eleitoral de 1989.
Com louvações editoriais explícitas, o Estadão (família Mesquita), a Folha (Frias) e o grupo Globo (Marinho) apostam desde já suas fichas neoliberais no governador de São Paulo, o bolsonarista “moderado” Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Vale, na devoção pelo candidato da extrema direita, as suas promessas de Estado mínimo, cortes de gastos na máquina pública e a venda até da Sabesp, a empresa paulista de água e saneamento — na contramão do que ocorre em Berlim, Paris, Budapeste e Buenos Aires, lugares que reestatizaram estes serviços, depois do fracasso das privatizações.
Sim, senhoras & senhores, em plena brabeza da crise climática, Tarcísio vai tirar a água do controle estatal. Aguardemos o desastre e os sinais do apocalipse.
O concreto é que a mídia hereditária tem sede de um nome anti-Lula. Por isso tanta pressa em empacotar, com selo de moderado, o capitão do Exército eleito governador paulista em 2022.
Pouco importa a gestão estadual desmonte a Educação, aposte em escolas militares e mantenha uma política de segurança pública digna dos piores tempos da Rota de Maluf. Sangue tipo PPP (pobre, preto e periférico) dá poder. Desde as Capitanias Hereditárias.
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