O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que pretende demitir 70 mil funcionários públicos nos próximos meses. O anúncio foi feito durante evento de negócios realizado na noite desta terça-feira (26) em Buenos Aires.
De acordo com o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, o número anunciado por Milei ainda está em estudo, mas, “por enquanto”, 15 mil servidores já serão dispensados. As demissões vão ocorrer até o fim de março.
Segundo a Bloomberg, o governo argentino está disposto a adotar medidas agressivas para desinchar a máquina pública. “Há muito mais motosserra”, avisou Milei, em discurso de uma hora no IEFA Latam Forum, em Buenos Aires.
Sindicatos criticam Milei
As demissões dos funcionários públicos argentinos — são cerca de 3,5 milhões de servidores — prometidos por Milei, no entanto, vão encontrar resistência por parte dos sindicatos.
Um dos sindicatos anunciou que servidores cruzaram os braços nesta terça-feira (26). Já o secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) reagiu rapidamente na rede social X e prometeu uma greve nacional.
Motosserra
Desde que assumiu, em dezembro de 2023, o presidente congelou obras públicas, cortou financiamentos a províncias e encerrou mais de 200 mil planos de seguridade social. Segundo o presidente argentino, objetivo é alcançar equilíbrio fiscal em 2024.
Câmbio
Em relação ao câmbio, o presidente afirmou que os contratos futuros de peso estão alinhados com o modelo de depreciação progressiva do Banco Central, conhecido como “crawling peg”. Ele classificou ainda de “ridículos” os apelos por uma nova desvalorização drástica da moeda.
Milei também disse que o Banco Central argentino caminha para alcançar reservas líquidas neutras, comparado a passivos de dívida que ultrapassavam o caixa em US$ 11,5 bilhões em dezembro.
Senado
O presidente argentino descreveu a rejeição de seu decreto de emergência no Senado como “maravilhosa” porque deixou expostos “todos os dedos sujos” de políticos que ele chama de “delinquentes”.
Não por acaso, Javier Milei, após o Senado rejeitar, em 14 de março, o pacote de desregulamentação da economia proposto pela Casa Rosada, o presidente pretende alterar a fórmula de cálculo das aposentadorias por meio de decreto.
Anteriormente, a ideia era que a mudança fosse realizada por meio de um projeto de lei. As informações são dos jornais argentinos Clarín e La Nación.
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