O prefeito de Maceió (AL), João Henrique Caldas, conhecido como JHC (PSB), informou no X que a Mina 18 da Braskem se rompeu em trecho sob a Lagoa Mundaú, próximo ao Mutange, um dos vários bairros afetados pela ação mineradora da empresa (veja o vídeo abaixo).
“Às 13h15 de hoje, a mina 18 sofreu um rompimento, no trecho da lagoa próximo ao Mutange. Estarei em instantes sobrevoando a área com os nossos técnicos”, afirmou JHC.
Também segundo o prefeito, a Defesa Civil municipal afirma que a mina e todo o entorno estão desocupados e “não há qualquer risco para as pessoas”.
LEIA: CPI da Braskem será protocolada mesmo sem apoio do PT, diz Renan Calheiros
Em vídeos compartilhados por JHC, é possível ver que, no momento em que há o rompimento, é formado uma espécie de vortex na água.
Às 13h15 de hoje, a mina 18 sofreu um rompimento, no trecho da lagoa próximo ao Mutange. Estarei em instantes sobrevoando a área com os nossos técnicos. A Defesa Civil de Maceió ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas.… pic.twitter.com/7sCZmYsRFB
— JHC (@jhcdopovo) December 10, 2023
Afundamento acelerado
Autoridades já alertavam que a mina estava afundando cada vez mais rápido. Entre sexta-feira (8) e sábado (9), a Defesa Civil de Maceió informou que a estrutura havia cedido 2,16 metros (m), a uma velocidade de 0,35 centímetros por hora (cm/h).
Em 24 horas, o solo cedeu 8,6 centímetros na região. No boletim anterior, divulgado na tarde de sexta, a velocidade de afundamento da mina era menor, de 0,21 cm por hora, apresentando um movimento de 5,2 cm ao longo de 24 horas.
VEJA: Saiba mais sobre a Braskem, a empresa que causou o afundamento em Maceió
Por causa disso, a Defesa Civil manteve o nível de alerta para o risco de colapso da mina, que fica na região do antigo campo do CSA, no bairro Mutange, região oeste da capital.
“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, informava a Defesa Civil, por nota.
Um breve histórico
A Braskem teve em Maceió 35 poços de extração de sal-gema, material usado para produzir PVC e soda cáustica.
A exploração do minério começou em 1979 e se manteve até maio de 2019, quando foi suspensa um dia após a divulgação de laudo pelo Serviço Geológico apontando riscos nas escavações.
Recentemente, a jornalista Heloisa Vilela, do ICL, fez uma série de reportagens sobre a ação da mineradora Braskem em Maceió:
Prefeitura de Maceió vendeu bairros de ‘Chernobyl Alagoana’ a Braskem
Lira tem ligação com ação da Braskem que gera ‘terremoto’ em Maceió
Os problemas emocionais causados pela ‘Chernobyl Alagoana’
Deixe um comentário