Nelson Teich, que foi ministro da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), comentou no X (antigo Twitter) o estudo de pesquisadores franceses atribuindo 17 mil mortes em seis países ao uso de hidroxicloroquina para tratar a Covid. A pesquisa, publicada na revista Biomedicine & Pharmacotherapy (Biomedicina e Farmacoterapia), fez um levantamento com dados de Bélgica, Espanha, França, Itália, Turquia e Estados Unidos. Segundo Teich, a decisão de ser contra o uso da cloroquina foi acertada.
“O uso de medicamentos sem comprovação de eficácia e que apresentam risco de morte por efeitos colaterais é um problema, muitas vezes difícil de ser mensurado. Essa projeção de mortes com a hidroxicloroquina foi apenas para pacientes hospitalizados, em poucos países e em curto espaço de tempo”, afirmou o ex-ministro.
Em outro trecho, ele disse que “felizmente” o tempo mostrou a “decisão de se posicionar contra a liberação e recomendação da cloroquina foi correta”. Antes, Teich equiparou o uso da hidroxicloroquina com a cloroquina, assumindo que nenhum dos dois remédios alardeados por Bolsonaro tinham comprovação científica para o tratamento da Covid.
Passagem a jato por ministério
Nelson Teich teve uma passagem bem breve pelo Ministério da Saúde. Ele ficou 1 mês chefiando a pasta, entre abril e maio de 2020, quando a Covid começa a ganhar proporções desastrosas no país. Na época, ele não apresentou nenhuma justificativa para deixar o cargo, que assumiu após a renúncia de Luiz Henrique Mandetta.
Antes de sair, Teich criticou uma medida de Bolsonaro que permitia a reabertura de academias e salões de beleza. Enquanto o ex-presidente chamava a Covid de “gripezinha”, àquela altura o Brasil superava a Alemanha e França em números de contágios. Quando Teich deixou o ministério, o país havia registrado 218 mil casos e quase 15 mil mortes, segundo dados da Universidade John Hopkins.
Pesquisa
No Brasil, o uso da hidroxicloroquina como tratamento para Covid foi promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que para isso contou com a ajuda de outros políticos e até profissionais da saúde. Mais de 700 mil brasileiros morreram durante a pandemia.
A reportagem da Agência EFE registra que o objetivo dos investigadores foi calcular as mortes atribuídas ao medicamento em países onde se fez uso em pacientes hospitalizados, durante os três primeiros meses da pandemia. As estimativas estão baseadas em dados disponíveis nos seis países citados mais acima.
Também foi levado em conta o número de pacientes hospitalizados com Covid na chamada primeira onda, doentes em quem o remédio foi administrado, pessoas que a morte foi atribuída à hidroxicloroquina, entre outros aspectos.
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