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Por Brasil de Fato

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou que Chiquinho Brazão (sem partido), acusado de ser um dos mandantes da execução de Marielle Franco, passe para prisão domiciliar. A decisão, publicada nesta quinta-feira (2) autorizou, no entanto, que o deputado saia da prisão para fazer uma consulta e um exame presencial com um cardiologista.

Brazão sairá da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde está preso desde março de 2024 enquanto aguarda julgamento, com escolta da Polícia Federal. A data, horário e local do procedimento têm que ser informados pela defesa com cinco dias de antecedência.

Nos últimos dias de 2024, a defesa de Chiquinho Brazão pleiteou que por ter coronariopatia, uma doença que afeta as artérias do coração, o deputado tivesse a prisão preventiva substituída por uma “humanitária” dentro de casa, além de uma autorização para fazer uma operação cardíaca no Rio de Janeiro. O pedido foi negado.

O exame que deve ser feito nos próximos dias, chamado cineangiocoronariografia, pode apontar a necessidade ou não da cirurgia.

Brazão no caso Marielle

Chiquinho Brazão é apontado como um dos mandantes do assassinato da então vereadora pelo Psol, Marielle Franco e, portanto, também responsável pela morte do motorista Anderson Gomes.

Com ele, também são réus o seu irmão e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, o major Ronald Paulo Pereira e o policial militar Robson Calixto Fonseca.

Ronnie Lessa

Irmãos Brazão. (Foto: Reprodução)

Quando vereador pelo MDB, Chiquinho foi colega de Marielle na Câmara Municipal do Rio de Janeiro entre 2016 e 2018, quando ela foi executada. O seu nome foi citado na delação premiada de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora psolista.

A família Brazão, que apoiou a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem como reduto político o bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A região é historicamente dominada por milícias.

Uma semana antes da execução de Marielle, em 7 de março de 2018, Chiquinho Brazão se encontrou com o miliciano Cristiano Girão. Este está também preso desde 2021, condenado por chefiar uma milícia da zona oeste da capital carioca.

De acordo com o inquérito da Polícia Federal, a motivação para o assassinato de Marielle teria sido a divergência em relação a um Projeto de Lei apresentado por Brazão para flexibilizar as normas de ocupação do solo no município. Em depoimento ao STF em outubro, o parlamentar negou ter ligação com casos de grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro.

A cassação do mandato de Chiquinho Brazão como deputado federal foi aprovada no Conselho de ética da Câmara dos deputados no fim de agosto de 2024. O caso precisa ainda ser pautado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP), e avaliado pelo plenário. Por isso não ter sido ainda levado adiante, Brazão inicia 2025 ainda como parlamentar.

 

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