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Juliana Dal Piva

Formada pela UFSC com mestrado no CPDOC da FGV-Rio. Foi repórter especial do jornal O Globo e colunista do portal UOL. É apresentadora do podcast "A vida secreta do Jair" e autora do livro "O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro", da editora Zahar, finalista do prêmio Jabuti de 2023.

Moraes homologa colaboração premiada do executor de Marielle

Ex-policial mencionou dois mandantes como responsáveis pela morte da vereadora e de seu motorista
19/03/2024 | 18h35

A Polícia Federal fechou acordo de colaboração premiada com o ex-PM Ronnie Lessa, atirador que disparou os tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. O ministro Alexandre de Moraes homologou a delação nesta terça-feira (19). Lessa foi denunciado pelo Ministério Público do Rio em 2019. O crime completou seis anos na semana passada.

A celebração do acordo foi anunciada em pronunciamento do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. “O STF (supremo Tribunal Federal) homologou a colaboração premiada do ex-policial Ronnie Lessa, depois de ter passado no dia de ontem por uma audiência com o juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, em que ele confirma todos os termos da colaboração premiada”.

Lewandowski ressaltou que não teve acesso à delação e que o processo segue em segredo de Justiça.

“Nós sabemos que esta colaboração premiada é um meio de obtenção de provas e traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que brevemente teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, explicou o ministro. “Certamente muito em breve teremos os resultados do que foi apurado pela competentíssima ação da PF, que em um ano chegou a resultados concretos”.

Em janeiro, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, revelou a existência do acordo. A coluna adiantou que Lessa afirmou que um dos mandantes do assassinato é uma pessoa que possui foro de prerrogativa de função no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Por isso, um procedimento preparatório de um acordo de colaboração premiada foi enviado para o STJ. Depois disso, a participação de um segundo mandante com foro no STF fez o caso subir para a Suprema Corte e o ministro Alexandre de Moraes foi sorteado como relator.

A coluna apurou que a investigação avançou desde o fim do ano passado e, com a delação, existe uma possibilidade real do esclarecimento completo do caso. Em janeiro, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, chegou a afirmar que o caso seria concluído no primeiro trimestre desse ano.

Há alguns dias, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, seja julgado no júri popular pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O pedido do MP está relacionado às declarações de Élcio de Queiroz, denunciado por dirigir o carro onde Lessa estava para disparar os tiros. Queiroz fechou acordo de colaboração no ano passado com a PF e o MP–RJ.

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